{"title":"A INCAPACIDADE PARA O DIÁLOGO","authors":"M. Lorenzon, Luiz Marcelo Darroz, R. Maraschin","doi":"10.26694/cadpetfilo.v15i29.4745","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Neste ensaio realiza-se ponderações acerca do texto A Incapacidade para o diálogo de Hans-Georg Gadamer ([1972] 2011), discutindo-o e analisando-o à luz das configurações sociais e antropológicas contemporâneas. Para tanto, propõe-se um duplo movimento em que discorre-se sobre a dimensão formativa do diálogo na perspectiva hermenêutica e, posteriormente, analisam-se alguns elementos que caracterizam a sociedade contemporânea, entre as quais destaca-se a consolidação de uma racionalidade neoliberal e a siliciocolonização do mundo. Observa-se que as mudanças antropológicas, ontológicas e sociológicas decorrentes das reconfigurações nas esferas mercantis e produtivas acentuam um processo de instrumentalização da linguagem que, consequentemente, torna os indivíduos menos propensos a relações dialógicas. Tal inferência possui implicações éticas e, sobretudo, sociais, à medida que um indivíduo não propenso ao diálogo tende a tornar-se solipsista e incapaz de estabelecer laços sociais duradouros. Assim, a incapacidade para o diálogo comporta em si a gênese da morte do homem público e a ruína civilizacional. ","PeriodicalId":30349,"journal":{"name":"Cadernos do Pet Filosofia","volume":"123 33","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-07-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"2","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos do Pet Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.26694/cadpetfilo.v15i29.4745","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Neste ensaio realiza-se ponderações acerca do texto A Incapacidade para o diálogo de Hans-Georg Gadamer ([1972] 2011), discutindo-o e analisando-o à luz das configurações sociais e antropológicas contemporâneas. Para tanto, propõe-se um duplo movimento em que discorre-se sobre a dimensão formativa do diálogo na perspectiva hermenêutica e, posteriormente, analisam-se alguns elementos que caracterizam a sociedade contemporânea, entre as quais destaca-se a consolidação de uma racionalidade neoliberal e a siliciocolonização do mundo. Observa-se que as mudanças antropológicas, ontológicas e sociológicas decorrentes das reconfigurações nas esferas mercantis e produtivas acentuam um processo de instrumentalização da linguagem que, consequentemente, torna os indivíduos menos propensos a relações dialógicas. Tal inferência possui implicações éticas e, sobretudo, sociais, à medida que um indivíduo não propenso ao diálogo tende a tornar-se solipsista e incapaz de estabelecer laços sociais duradouros. Assim, a incapacidade para o diálogo comporta em si a gênese da morte do homem público e a ruína civilizacional.