Arthur Cavalieri Bastos, C. Machado, Giulia Zoccoli Bueno, Gustavo de Oliveira Bello, Rafael Delfino Rodrigues Alves
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Abstract
A Doença de Lyme (DL), causada pela bactéria Borrelia burgdorferi e transmitida por carrapatos do gênero Ixodes, apresenta manifestações clínicas variadas em estágios distintos. Inicialmente, o sinal mais característico é o eritema migratório, uma lesão cutânea acompanhada por sintomas como febre, fadiga, dor de cabeça e dores musculares. Se não tratada, a infecção pode progredir, afetando o sistema nervoso, coração e articulações, levando a meningite, neuropatia e artrite. A doença é geralmente classificada em três estágios: inicial localizado, disseminado precoce e disseminado tardio. O estágio inicial é marcado pelo eritema migratório e sintomas gripais. No estágio disseminado precoce, a infecção pode espalhar-se para várias partes do corpo. O estágio disseminado tardio pode ocorrer meses ou anos após a infecção inicial, com artrite crônica e sintomas neurológicos persistentes. O diagnóstico baseia-se na avaliação clínica e é frequentemente confirmado por testes laboratoriais, incluindo o teste ELISA seguido pelo Western Blot, para detectar anticorpos contra B. burgdorferi. Em alguns casos, testes de PCR identificam o DNA bacteriano em fluidos corporais. O tratamento padrão envolve o uso de antibióticos. Nos estágios iniciais, a doxiciclina, amoxicilina ou cefuroxima são prescritas. Para manifestações mais graves, como as que afetam o sistema nervoso ou o coração, ceftriaxona intravenosa pode ser necessária. A prevenção foca em evitar picadas de carrapatos, usando repelentes de insetos, roupas protetoras e realizando inspeções regulares de carrapatos após atividades ao ar livre. É crucial remover rapidamente qualquer carrapato encontrado na pele, já que a transmissão da bactéria geralmente requer a adesão do carrapato por mais de 24 horas. Perspectivas futuras incluem o desenvolvimento de vacinas e novas estratégias de diagnóstico e tratamento. Por fim, a DL é uma infecção complexa que requer uma abordagem multifacetada. A prevenção é essencial, enquanto a pesquisa de novas terapias e vacinas oferece esperança para o futuro.