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Abstract
A construção mercadológica da sociedade ocidental pós-moderna estabeleceu os parâmetros da “felicidade” na efemeridade e na manipulável sensação de bem-estar dos indivíduos. Muito disso ocorreu devido à secularização e ao rompimento com alguns valores até outrora muito importantes para a civilização. Na contramão dessa perspectiva, este artigo tem como objetivo aduzir e resgatar o conceito de “felicidade” a partir da cosmovisão cristã. Para isso, recorre-se ao texto de 1Pd 3,13-17, no qual há valiosos princípios vivenciais cuja alusão à transcendentalidade é notória. Através de uma análise exegética do texto e de uma revisão bibliográfica sobre o tema da “felicidade”, observa- -se como a “felicidade” na ótica cristã traz benefícios para o indivíduo e para a sociedade. A escolha do texto de 1Pd 3,13-17 dá-se pelo tema da “felicidade” (v. 14: “μακάριοι/felizes”) e pelo diálogo entre Teologia e Bíblia, proporcionando um impacto na espiritualidade nas duas dimensões: vida pessoal e vida comunitária. Assim, dá testemunho da esperança cristã (v. 15), seguindo a “boa conduta de Cristo” (v. 16), praticando a “vontade de Deus” (v. 17), promovendo o bem de forma incansável, mesmo em face de todos os desafios. Para tanto, apresenta-se o texto bíblico em grego e a tradução portuguesa, trazem-se notas de crítica textual, dados gerais da carta e uma abordagem sobre a temática “felicidade” na pós-modernidade, abrindo o leque para ulteriores pesquisas.