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Abstract
O artigo toma como ponto de partida o tipo de crítica que Butler recebe por falta de propositividade política e moral em suas teorias. Diante da acusação de que a desconstrução do sujeito e do corpo criaria uma situação de imobilismo, nosso objetivo é investigar a imagem de corpo nos textos da filósofa e como essa imagem participa da elaboração de sua filosofia ética e política. Primeiramente, delineamos sua noção de corporalidade presente na discussão em torno da ideia de “corpo sexuado”, segundo a qual são os discursos que tornam esse corpo inteligível e significável a partir das marcas de gênero. Butler explica esse processo através da perfomatividade, por meio da qual a matéria adquiri realidade. Isso, entretanto, não significa a desvalorização da matéria e do corpo, mas uma forma de compreendê-los a partir dos processos pelos quais eles podem importar ou não. A partir desse entendimento, analisamos a emergência de uma ontologia corporal fundamentada na noção de relacionalidade e de intersubjetividade. Concluímos, então, que é possível vislumbrar uma teoria ética e política em Butler pautada na noção de interdependência, que emerge de uma reconfiguração das noções de ontologia e de corporalidade, de modo a pautar modos outros de convivência e de co-responsabilização.