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Abstract
Este artigo examina a política externa do Brasil para a Revolução dos Cravos a partir das fontes diplomáticas. Enquanto a opinião pública internacional e diversas chancelarias foram surpreendidas pela Revolução dos Cravos, ainda em 1973, a diplomacia do Brasil fez uma sólida previsão, sustentando que Portugal passaria por bruscas e profundas mudanças. Não por acaso, o país foi o primeiro a reconhecer o novo regime. Com a derrubada do Estado Novo, a influência comunista e socialista foi acompanhada pela diplomacia brasileira, porém, ela não ingeriu nos assuntos internos de Portugal. O único encaminhamento controverso do governo brasileiro foi indicar Carlos Alberto da Fontoura, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), para ser embaixador do Brasil em Lisboa, o que alvitrou protestos de vários grupos portugueses. A maior preocupação do governo brasileiro esteve no intercâmbio entre ativistas oposicionistas do regime civil-militar. Existia receio de que militantes portugueses viessem ao Brasil promover uma revolução e de que ativistas brasileiros fossem para Portugal promover campanhas de oposição contra o regime brasileiro. Em síntese, durante a revolução e a consolidação de um regime democrático e liberal, as relações bilaterais Brasil/Portugal foram cordiais e positivas, sem interferências de ambos os lados.
本文从外交方面探讨了巴西在康乃馨革命期间的外交政策。1973年的康乃馨革命令国际舆论和各国首相大吃一惊,而巴西的外交却准确地预测到葡萄牙将发生突然而深刻的变化。巴西率先承认新政权并非偶然。随着新国家政权被推翻,共产主义和社会主义的影响受到了巴西外交的监控,但巴西并没有干涉葡萄牙的内政。巴西政府唯一有争议的举动是任命前国家情报局(SNI)局长卡洛斯-阿尔贝托-达丰托拉(Carlos Alberto da Fontoura)为巴西驻里斯本大使,这引发了葡萄牙各团体的抗议。巴西政府最担心的是反对军民政权的活动人士之间的交流。人们担心葡萄牙活动分子会到巴西来推动革命,而巴西活动分子则会到葡萄牙去推动反对巴西政权的运动。总之,在革命和巩固民主自由政权期间,巴西和葡萄牙之间的双边关系是友好和积极的,双方都没有干涉。