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Abstract
A cultura contemporânea reúne uma pluralidade de intermediários culturais que, ao aliar credenciais de autoridade e expertise, atuam diretamente na produção simbólica de valor e gosto. A partir dos anos 1990, os chefs passaram a desempenhar um papel proeminente no cenário da indústria cultural nacional. Este estudo aborda a transição das representações dos profissionais da cozinha em revistas impressos brasileiras entre a segunda metade do século XX e o início do século XXI. Para compreender as principais características dessas transformações, foram consultados os acervos de revistas do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo. Observa-se um deslocamento espacial e posicional progressivo, bem como uma entrada expressiva desses profissionais na indústria cultural. Há uma performatividade da televisão e do mercado editorial, ampliando significativamente a produção cultural voltada ao tema da alimentação e tornando-se decisivos para a consagração e a atribuição de prestígio social. Essa atuação, externa à cozinha dos restaurantes, é marcada por heroicização e celebrização, através das quais exerce-se uma mediação simbólica marcada por um empreendedorismo moral e social.