João de Freitas Castro Scarioli, Dante de Castro Muzzi, Matheus Martins Lanna, Laura Bragança Rabelo de Sousa, Renata Ivanilde da Mata Borges
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Abstract
Doenças inflamatórias intestinais (DII) e doenças reumáticas autoimunes (DRA) representam duas entidades clínicas distintas, mas há crescente evidência sugerindo uma interconexão entre elas. A inflamação crônica característica das DII, como a doença de Crohn e a colite ulcerativa, tem sido associada ao desenvolvimento subsequente de DRA, incluindo artrite reumatoide, espondiloartrite anquilosante e outras. Embora os mecanismos precisos dessa relação ainda não estejam completamente elucidados, fatores genéticos, imunológicos e ambientais desempenham papéis importantes nessa interação complexa. Compreender essa conexão é crucial para uma abordagem clínica abrangente e eficaz para pacientes com ambas as condições. Objetivo: Analisar criticamente a literatura disponível nos últimos 10 anos para investigar a relação entre DII e o desenvolvimento de DRA, identificando padrões de associação, fatores de risco e possíveis mecanismos subjacentes. Metodologia: Esta revisão seguiu as diretrizes do PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science utilizando os descritores "doenças inflamatórias intestinais", "doenças reumáticas autoimunes", "relação", "mecanismos" e "associação". Foram incluídos estudos publicados nos últimos 10 anos que investigaram a associação entre DII e DRA em humanos. Os critérios de inclusão foram: estudos observacionais ou experimentais, disponíveis em texto completo e escritos em inglês, português ou espanhol. Os critérios de exclusão foram: estudos em animais, revisões sistemáticas e estudos com foco exclusivo em tratamento. Resultados: A análise dos estudos incluídos revelou uma associação significativa entre DII e DRA, com evidências sugerindo uma maior prevalência de DRA em pacientes com DII em comparação com a população geral. Além disso, vários estudos exploraram os possíveis mecanismos imunológicos e genéticos subjacentes a essa relação. Conclusão: Essa revisão destaca a importância de reconhecer e monitorar a interação entre DII e DRA na prática clínica. Uma compreensão mais profunda dessas condições pode levar a estratégias de tratamento mais eficazes e melhorias na qualidade de vida dos pacientes.