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Abstract
Este trabalho propõe uma análise da crítica de Nietzsche à estética de Kant, com foco na noção de beleza. Kant argumentou, em sua “Crítica da faculdade de julgar”, que a apreciação estética do belo ocorre de modo desinteressado, promovendo uma suspensão dos instintos sensíveis e racionais. No entanto, Nietzsche contestou essa visão em sua “Genealogia da moral”, argumentando que a apreciação do belo está intrinsecamente relacionada aos nossos desejos, paixões e interesses individuais. Primeiro, passando pela leitura de Heidegger de que talvez Nietzsche tenha interpretado Kant equivocadamente por conta da influência de Schopenhauer, o artigo expõe como Nietzsche interpreta a ideia de uma “beleza desinteressada” como fruto da má consciência e defende que não existe tal coisa como um não-egoísmo. Em seguida, o artigo expõe a argumentação nietzschiana — apoiada na compreensão de que o belo estimula nossas forças, vivências e desejos — que dá sustento à noção de beleza interessada. Por fim, em terceiro lugar, a partir da concepção epistemológica do perspectivismo, este artigo aborda a rejeição de Nietzsche da noção de sujeito transcendental de Kant e como, não havendo sujeito, não pode haver desinteresse, de modo que restam apenas as forças e suas dinâmicas de vontade de poder.