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Abstract
O artigo tematiza a pretensão de Burrhus Frederic Skinner de reconstruir a psicologia com o propósito de elevá-la ao estatuto de uma ciência, assumindo as ciências naturais e seus métodos como modelo ideal, a partir de uma confiança incondicional no progresso científico. Embora seja bem-sucedido na construção de uma ciência do comportamento, ao fixar o ser humano na dimensão ôntica da existência como objeto de exploração científica, Skinner coisifica o ente que nós mesmos somos, descaracterizando nossa relação com os outros entes e com o mundo. Neste sentido, demonstramos que o behaviorismo radical, enquanto filosofia de uma ciência comportamental, ao manter inquestionado não apenas o caráter exploratório inerente a prática, mas o cálculo pelo qual opera o fazer científico, promove o esvaziamento de pensamento no âmbito da psicologia. Por fim, a partir da crítica à acepção comportamentalista, segundo a qual o ser humano é apenas “um ente como outros presente na natureza”, indicamos a elaboração de uma ontologia fundamental conforme proposta por Martin Heidegger, no intento de recuperar o vínculo originário entre o ente humano e o ser, suspendendo a coisificação a qual ele é subordinado pela exploração científica.