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Abstract
Movida pelo registro de narrativas intergeracionais, assunto presente em minhas investigações enquanto fotógrafa e pesquisadora, busquei partilhar através desse ensaio audiovisual os relatos das minhas parentes antecedentes sobre as suas experiências com a costura, uma forma artesanal de produção que atravessa a nossa família há gerações, do sertão alagoano até a capital Maceió. Os sete minutos da obra exploram falas e imagens que se misturam entre sentimentos sobre o presente e o passado, desde a década de 1970, quando parentes inteiros saíram da cidade de Batalha, interior de Alagoas, em direção à capital, buscando por novas oportunidades e sobrevivência. Nesse caminho, estava a família Andrade, a nossa. De lá, as mulheres trouxeram o desejo pelo novo e os saberes de uma arte em comum. Por meio das imagens, as memórias reproduzem não apenas relatos, mas a sobrevivência daquilo que é afetivo e coletivo. Busquei apontar para os objetos, as casas, as máquinas, as roupas, as ruas, os livros, evocando o desejo de também costurar algo, ainda que com a máquina fotográfica, como uma colcha de retalhos, a fim de enfeitar a nossa história, unindo a textura da lembrança ao presente.