P. Ikefuti, Leila del Castillo Saad, Francisco Chiaravalloti Neto
{"title":"A EPIDEMIA EM 2016-2019 DE FEBRE AMARELA SILVESTRE EM SAO PAULO, BRASIL: FATORES ASSOCIADOS ALÉM DA COBERTURA VACINAL","authors":"P. Ikefuti, Leila del Castillo Saad, Francisco Chiaravalloti Neto","doi":"10.14393/hygeia2070448","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Objetivos: Descrever a ocorrência de febre amarela (FA) no estado de São Paulo (SP) entre 2016 e 2019 e, após ajuste para cobertura vacinal, avaliar associações com variáveis ambientais e demográficas. Métodos: Este estudo ecológico de casos autóctones confirmados de FA em SP entre abril de 2016 a maio de 2019, considerou modelos gaussianos bayesianos latentes, efeitos aleatórios espaciais em nível de município e distribuições de probabilidade binomial negativa e Poisson inflado e não inflado por zero, onde foram considerados também a taxa de incidência por 100.000 habitantes. Resultados: Entre 2016 e 2019, ocorreram 648 casos humanos de FA, com letalidade de 35,5%. Entre as covariáveis consideradas nos modelos, a cobertura vegetal nativa e a população rural total foram associadas à ocorrência de FA, após ajuste para cobertura vacinal. Como esperado, a cobertura vacinal mostrou ter um efeito protetor: o aumento de um desvio padrão (DP) da cobertura em um determinado município resultou em 82% menos casos (risco relativo [RR] = 0,18; intervalo de credibilidade (IC) de 95% (0,11 – 0,27). A taxa de cobertura vegetal e a população rural mostraram-se fatores de risco, independentemente da cobertura vacinal. Um aumento de um DP nos valores dessas variáveis representou um aumento de 109% (RR= 2,09; IC 95%: 1,60 – 2,73) e 99% (RR=1,99; IC 95%: 1,41 – 2,87) no número de casos de FA, respectivamente. Conclusões: Este estudo demonstrou que além da cobertura vacinal, fatores locais como cobertura vegetal e tamanho da população rural são envolvidos na ocorrência da FA nos municípios afetados. Como os estoques de vacinas são limitados e grande parte da população ainda não foi vacinada, essas informações podem ajudar a identificar áreas de risco para aumento da cobertura vacinal e ampliar as ações de vigilância epidemiológica e entomológica.","PeriodicalId":505750,"journal":{"name":"Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde","volume":"113 26","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-05-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/hygeia2070448","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Objetivos: Descrever a ocorrência de febre amarela (FA) no estado de São Paulo (SP) entre 2016 e 2019 e, após ajuste para cobertura vacinal, avaliar associações com variáveis ambientais e demográficas. Métodos: Este estudo ecológico de casos autóctones confirmados de FA em SP entre abril de 2016 a maio de 2019, considerou modelos gaussianos bayesianos latentes, efeitos aleatórios espaciais em nível de município e distribuições de probabilidade binomial negativa e Poisson inflado e não inflado por zero, onde foram considerados também a taxa de incidência por 100.000 habitantes. Resultados: Entre 2016 e 2019, ocorreram 648 casos humanos de FA, com letalidade de 35,5%. Entre as covariáveis consideradas nos modelos, a cobertura vegetal nativa e a população rural total foram associadas à ocorrência de FA, após ajuste para cobertura vacinal. Como esperado, a cobertura vacinal mostrou ter um efeito protetor: o aumento de um desvio padrão (DP) da cobertura em um determinado município resultou em 82% menos casos (risco relativo [RR] = 0,18; intervalo de credibilidade (IC) de 95% (0,11 – 0,27). A taxa de cobertura vegetal e a população rural mostraram-se fatores de risco, independentemente da cobertura vacinal. Um aumento de um DP nos valores dessas variáveis representou um aumento de 109% (RR= 2,09; IC 95%: 1,60 – 2,73) e 99% (RR=1,99; IC 95%: 1,41 – 2,87) no número de casos de FA, respectivamente. Conclusões: Este estudo demonstrou que além da cobertura vacinal, fatores locais como cobertura vegetal e tamanho da população rural são envolvidos na ocorrência da FA nos municípios afetados. Como os estoques de vacinas são limitados e grande parte da população ainda não foi vacinada, essas informações podem ajudar a identificar áreas de risco para aumento da cobertura vacinal e ampliar as ações de vigilância epidemiológica e entomológica.