Envolvimento cardíaco na infecção por Dengue - uma revisão abrangente sobre fisiopatologia, epidemiologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento
{"title":"Envolvimento cardíaco na infecção por Dengue - uma revisão abrangente sobre fisiopatologia, epidemiologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento","authors":"Juliana Sampaio Silva, Amanda Teixeira Trindade, Bianca Fernanda Pinto, Raquel Pinheiro Linhares Franco, Yasmin Barros Dias Faria","doi":"10.34119/bjhrv7n3-035","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O envolvimento cardíaco na infecção por dengue é uma complicação complexa e multifacetada que merece atenção especial devido às suas implicações significativas na morbidade e mortalidade dos pacientes afetados. A fisiopatologia desta condição é caracterizada por uma resposta inflamatória descontrolada desencadeada pelo vírus da dengue, que pode levar a uma série de alterações no sistema cardiovascular. Em termos de epidemiologia, estudos têm demonstrado uma associação significativa entre a gravidade da infecção por dengue e o envolvimento cardíaco. Em áreas endêmicas, onde a prevalência da doença é alta, casos de dengue com complicações cardíacas são mais comuns, destacando a importância da vigilância ativa e do manejo precoce para evitar complicações graves. As manifestações clínicas podem variar consideravelmente, desde sintomas leves, como palpitações e dispneia, até complicações potencialmente fatais, como choque cardiogênico e insuficiência cardíaca aguda. Além disso, arritmias cardíacas, pericardite e miocardite também podem ocorrer. O diagnóstico preciso dessas manifestações muitas vezes requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo exames clínicos minuciosos, avaliação laboratorial de biomarcadores cardíacos e exames de imagem, como ecocardiografia. O tratamento é baseado principalmente em medidas de suporte e controle dos sintomas. Isso inclui a administração cuidadosa de líquidos para manter a perfusão adequada dos órgãos, controle da pressão arterial e suporte ventilatório, quando necessário. Em casos mais graves, intervenções específicas podem ser necessárias, como o uso de agentes inotrópicos e vasopressores para otimizar a função cardíaca. Além disso, em situações selecionadas, a administração de corticosteróides e imunoglobulinas intravenosas pode ser considerada para modular a resposta inflamatória. Por fim, a identificação precoce dos sintomas, o diagnóstico preciso e a implementação de medidas terapêuticas adequadas são fundamentais para melhorar os desfechos clínicos e reduzir o impacto negativo dessa complicação potencialmente grave.","PeriodicalId":9296,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Health Review","volume":"86 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-05-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Brazilian Journal of Health Review","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34119/bjhrv7n3-035","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O envolvimento cardíaco na infecção por dengue é uma complicação complexa e multifacetada que merece atenção especial devido às suas implicações significativas na morbidade e mortalidade dos pacientes afetados. A fisiopatologia desta condição é caracterizada por uma resposta inflamatória descontrolada desencadeada pelo vírus da dengue, que pode levar a uma série de alterações no sistema cardiovascular. Em termos de epidemiologia, estudos têm demonstrado uma associação significativa entre a gravidade da infecção por dengue e o envolvimento cardíaco. Em áreas endêmicas, onde a prevalência da doença é alta, casos de dengue com complicações cardíacas são mais comuns, destacando a importância da vigilância ativa e do manejo precoce para evitar complicações graves. As manifestações clínicas podem variar consideravelmente, desde sintomas leves, como palpitações e dispneia, até complicações potencialmente fatais, como choque cardiogênico e insuficiência cardíaca aguda. Além disso, arritmias cardíacas, pericardite e miocardite também podem ocorrer. O diagnóstico preciso dessas manifestações muitas vezes requer uma abordagem multidisciplinar, incluindo exames clínicos minuciosos, avaliação laboratorial de biomarcadores cardíacos e exames de imagem, como ecocardiografia. O tratamento é baseado principalmente em medidas de suporte e controle dos sintomas. Isso inclui a administração cuidadosa de líquidos para manter a perfusão adequada dos órgãos, controle da pressão arterial e suporte ventilatório, quando necessário. Em casos mais graves, intervenções específicas podem ser necessárias, como o uso de agentes inotrópicos e vasopressores para otimizar a função cardíaca. Além disso, em situações selecionadas, a administração de corticosteróides e imunoglobulinas intravenosas pode ser considerada para modular a resposta inflamatória. Por fim, a identificação precoce dos sintomas, o diagnóstico preciso e a implementação de medidas terapêuticas adequadas são fundamentais para melhorar os desfechos clínicos e reduzir o impacto negativo dessa complicação potencialmente grave.