Margarida Camacho Sampaio, Henrique Coimbra Queirós, Filipe Palavra, R. Pais, C. Paiva, Carmen Costa
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Abstract
A neuropatia oftalmoplégica dolorosa recorrente (NODR) é uma entidade clínica rara, cuja fisiopatologia não está bem esclarecida. Apresentamos o caso de uma menina que, aos 14 meses, iniciou subitamente ptose palpebral direita e parésia incompleta do nervo oculomotor ipsilateral. A ressonância magnética revelou um espessamento da emergência do referido nervo. Cumpriu tratamento com corticosteróide e, ao longo dos anos, apresentou múltiplos episódios semelhantes, concluindo-se pelo diagnóstico de NDOR. O segundo caso envolve uma adolescente de 17 anos, com antecedentes de enxaqueca episódica e infeção assintomática a SARS-CoV-2, também com ptose palpebral direita, com evolução rápida para parésia incompleta do nervo oculomotor ipsilateral. Consideraram-se a miastenia gravis ocular, uma nevralgia craniana associada à COVID-19 e também a NDOR como hipóteses, não tendo havido recidivas, até ao momento. O reconhecimento da NDOR é difícil. Esta situação pode contribuir para que a sua prevalência esteja subestimada, particularmente na idade pediátrica.