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Abstract
Ao contrário de todos os outros guerreiros da Ilíada, identificados pela filiação ou pela região de origem, Tersites não é introduzido como representante de nenhuma terra, nem é apresentado como filho de ninguém. Na falta de uma identidade e de uma posição social explicitamente definidas, Tersites é caracterizado, a princípio, pelas particularidades de seu discurso e, logo em seguida, por sua aparência única. A posição social de Tersites, entretanto, não é evidente no poema. A proposta deste texto, assim, é entender o episódio de Tersites e sua caracterização partindo do contexto narrativo em que a personagem aparece (a Diapeira, o teste do exército), para depois recuperar sua identidade, comparando a Ilíada com outras fontes antigas das histórias tradicionais sobre a Guerra de Troia, e então ler seu discurso, tendo em vista a resposta violenta que ele recebe. A caracterização de Tersites, que o integra de forma peculiar a essa poesia que canta os feitos memoráveis dignos de elogio, é parte de sua função narrativa tradicional de repreender e ser repreendido. A Ilíada, no entanto, silencia as origens aristocráticas de Tersites para descolar da aristocracia guerreira seus traços físicos e morais negativos.