{"title":"Apropriação da linguagem como processo estruturante e organizador da atividade humana: contribuições à Educação Infantil","authors":"C. S. A. Ghirello-Pires, Sonia Mari Shima Barroco","doi":"10.14393/obv7n3.a2023-72091","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Apresentam-se aspectos de cunho teórico sobre a internalização da linguagem, seu papel na estruturação do psiquismo, além de elementos que poderão favorecer seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida da criança. A partir de sua apropriação outras funções psicológicas superiores e a própria formação da consciência poderão se estabelecer organizando, assim, um sistema funcional que opera de forma dinâmica. A integridade das estruturas orgânicas é fundamental, entretanto não é suficiente, pois essa apropriação não está determinada geneticamente. Desde a formação da cóclea, intrauterinamente, o bebê passa a receber informações de ordem auditiva, mas é a partir de seu nascimento, por meio das interações com outros humanos, que o mundo lentamente passa a lhe ser compreensível de forma bastante elementar, regido por mecanismos biológicos, rumo à forma intencional e consciente. A apropriação da linguagem tem seu início, não pelo sentido ou significado das palavras, mas pela afetividade materializada na prosódia dos interlocutores e por suas expressões faciais, que paulatinamente introduzem os elementos culturais da sociedade. Essa primeira fase, trata-se de um período de fundamental importância, embora muitas vezes desconsiderada ou negligenciada pelos profissionais que têm o primeiro contato com os pais ou cuidadores e o bebê, por considerarem um processo “natural”, espontâneo, não necessitando da atuação do adulto linguisticamente proficiente. A importância da orientação aos pais, cuidadores e professores da Educação Infantil sobre o estabelecimento dessa interação inicial é de crucial importância, pois sua falta, poderá gerar não somente atrasos no funcionamento da linguagem como algumas dificuldades e transtornos no desenvolvimento do psiquismo.","PeriodicalId":516626,"journal":{"name":"Obutchénie. Revista de Didática e Psicologia Pedagógica","volume":"33 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Obutchénie. Revista de Didática e Psicologia Pedagógica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/obv7n3.a2023-72091","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Apresentam-se aspectos de cunho teórico sobre a internalização da linguagem, seu papel na estruturação do psiquismo, além de elementos que poderão favorecer seu desenvolvimento nos primeiros anos de vida da criança. A partir de sua apropriação outras funções psicológicas superiores e a própria formação da consciência poderão se estabelecer organizando, assim, um sistema funcional que opera de forma dinâmica. A integridade das estruturas orgânicas é fundamental, entretanto não é suficiente, pois essa apropriação não está determinada geneticamente. Desde a formação da cóclea, intrauterinamente, o bebê passa a receber informações de ordem auditiva, mas é a partir de seu nascimento, por meio das interações com outros humanos, que o mundo lentamente passa a lhe ser compreensível de forma bastante elementar, regido por mecanismos biológicos, rumo à forma intencional e consciente. A apropriação da linguagem tem seu início, não pelo sentido ou significado das palavras, mas pela afetividade materializada na prosódia dos interlocutores e por suas expressões faciais, que paulatinamente introduzem os elementos culturais da sociedade. Essa primeira fase, trata-se de um período de fundamental importância, embora muitas vezes desconsiderada ou negligenciada pelos profissionais que têm o primeiro contato com os pais ou cuidadores e o bebê, por considerarem um processo “natural”, espontâneo, não necessitando da atuação do adulto linguisticamente proficiente. A importância da orientação aos pais, cuidadores e professores da Educação Infantil sobre o estabelecimento dessa interação inicial é de crucial importância, pois sua falta, poderá gerar não somente atrasos no funcionamento da linguagem como algumas dificuldades e transtornos no desenvolvimento do psiquismo.