Ricardo Garcia Mattei, João Guilherme Araújo Schimidt, Isabela Romanha De Alcantara
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Abstract
As empresas iniciantes do agronegócio, que utilizam de base tecnológica para desenvolvimento de produtos, são conhecidas como Agtechs e vêm recebendo volumes de investimento crescente por parte de um ecossistema de investidores formado por centros de aceleração de negócios, investidores anjo (aqueles que fornecem a primeira rodada de investimento de capital), fundos de investimento de capital semente (“seed money”) e fundos de venture capital. Logo, o objetivo do trabalho é identificar as estratégias de investimentos de venture capital no setor de Agtech no Brasil. Para tanto, tal objetivo geral foi desagregado em dois objetivos específicos: i) analisar a forma de decisão dos gestores de venture capital no processo de identificação e seleção das empresas do setor de Agtech para investimento; ii) propor um procedimento de seleção de oportunidades de investimento para os fundos de Agtechs, baseada em uma estrutura de governança e critérios de análise técnicos. A fim de atender aos objetivos propostos, este trabalho foi realizado em duas etapas, em que a primeira teve como finalidade atender ao primeiro objetivo específico a partir de entrevistas semiestruturadas com gestores de fundos e centros de aceleração de Agtechs, e a segunda etapa foi voltada para a identificação da estrutura, regulamentação e custos de operação das gestoras de recursos, que serviu de base para a proposta de um procedimento de seleção de oportunidades de investimento para os fundos de Agtechs. O estudo identificou os principais motivos para esta diminuição de recursos nas fases de validação de produtos e aceleração da receita das startups, além de propor soluções para ampliar esta oferta de capital. As entrevistas indicaram que os provedores de recursos para as etapas mais avançadas de desenvolvimento das Agtechs não tem equipe com conhecimento suficiente para avaliar a viabilidade técnica dos produtos e serviços em desenvolvimento pelas empresas, assim como não tem canais permanentes de contato com os centros de aceleração das startups do agronegócio. Os problemas identificados podem ser resolvidos com a criação de um comitê técnico / científico dentro da estrutura de governança dos fundos de investimento, órgão este que faria uma ponte com os centros de aceleração, e realizaria uma análise da viabilidade técnica dos produtos e serviços propostos pelas empresas. Após a pré-seleção daquelas consideradas mais viáveis e promissoras, sugere-se que as empresas selecionadas sejam discutidas em um comitê de investimentos, estrutura que já faz parte da governança tradicional dos fundos de investimento de capital de risco. A regulação atual desta classe de fundos já prevê a possibilidade da contratação de consultoria técnica, que pode ter a função aqui descrita para o comitê técnico de análise das empresas.