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Abstract
O presente trabalho aborda brevemente a especificidade da clínica em um Centro de Internação de Adolescentes, dos atendimentos com adolescentes que cumprem “medida sócioeducativa”, através do encaminhamento judicial. Leva em conta, tanto Lacan, como Freud, apontando o desejo inextricavelmente vinculado à Lei que institui o simbólico, que indica mais do que uma proibição, a presença da impossibilidade. Em alguns casos, o adolescente em seu Ato burla a Lei, em um movimento paradoxal de ultrapassá-la e provar a possibilidade de alcançar a plenitude, e ao mesmo tempo numa demanda de contenção buscando no Estado, uma proteção / responsabilização que promova um apaziguamento da angustia e lhe dê um lugar no mundo. Além disso, o texto propõe a possibilidade de escutar esse sujeito adolescente e seu sofrimento, levando em consideração, principalmente, a ética da psicanálise, que longe de propor um discurso moral, é a ética do desejo fundada no referenciamento da ação humana ao Real, ao impossível do gozo. Na aposta de uma escuta que possibilite ao sujeito suportar o real que o invade e que este se responsabilize pelo mal do qual se queixa.
Palavras-chave:
Adolescente, Psicanálise, Desejo, Lei, Ética.