Jirlaine Costa dos Santos, Carla Dameane Pereira de Souza
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Abstract
O Peru foi palco de inúmeros episódios de violência entre os anos de 1980 e 2000, período posteriormente denominado como Conflito Armado Interno (CAI). Esses acontecimentos marcaram profundamente a história do país e consequentemente a vida daqueles que foram vítimas de seus efeitos. Famílias foram devastadas, houve mortes em grande escala. Órfãos, viúvas e mulheres violentadas e muitos jovens sequestrados e assassinados. O CAI, que resultou em diversas mortes, sequestros e desaparecimento de pessoas é tema presente em diversas produções artísticas peruanas na atualidade. As experiências traumáticas sofridas pelos povos andinos, em especial as mulheres, está apresentada no romance Rosa Cuchillo (1997), do escritor peruano Óscar Colchado Lucio, com o qual dialogaremos neste trabalho. Analisaremos como este autor revisita o contexto de violência peruano como também enaltece a cultura andina, e suas manifestações ancestrais. Sendo assim, neste artigo serão apresentados alguns aspectos formais e temáticos do romance Rosa Cuchillo, alguns deles frutos da pesquisa de mestrado[1] em que realizei a análise do romance, relacionando-o à ação cênica homônima desenvolvida pelo grupo cultural Yuyachkani. Para o presente trabalho, teremos como base teórica Rita Segato (2012), Rocío Silva Santisteban (2017), Walter Benjamin (1987), Carla Dameane Pereira de Souza (2017), Edith Pérez Orozco (2011).
[1] A pesquisa realizada durante o mestrado (2019) foi resultado da análise da tradução intersemiótica do romance Rosa Cuchillo, do escritor Óscar Colchado Lucio para a ação cênica homônima desenvolvida pelo grupo cultural Yuyachkani, em 2002. tendo o romance como base para a pesquisa, também relacionei ao estudo os testemunhos das mulheres da ANFASEP- Asociación Nacional de Familiares de Secuestrados, Detenidos y Desaparecido del Perú - afetadas pela violência interna, em especial o relato de Angélica Mendoza de Ascarza, a Mamá Angélica.