Tales Mançano, Henrique Assi Hernandes, Lucas De Paula Fonseca, Moises Souza de Sena
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Abstract
A implementação das cotas étnico-raciais na Universidade de São Paulo (USP) que reservou vagas em proporção semelhante à Lei de Cotas foi precedida por uma resistência institucional prolongada. Este estudo investiga os motivos que levaram a essa adesão tardia da USP, enfocando os principais articuladores pró-cotas. Entrevistas foram conduzidas com Representantes Discentes, do Movimento Negro, do Movimento Estudantil e docentes envolvidos na aprovação das cotas. Foram examinadas o histórico das políticas de ação afirmativa na USP e a reunião do Conselho Universitário de 4/07/2017, em que as cotas foram aprovadas. Os resultados indicam que os movimentos pró-cotas adotaram a estratégia de constranger a universidade, evidenciando seu atraso em relação às ações afirmativas, e que aprovação das cotas não foi impulsionada por uma convicção da administração uspiana na importância da diversidade étnico-racial e socioeconômica dos ingressantes, conforme discurso institucional, mas sim por conta de pressões externas e internas, que geraram a necessidade de proteger a reputação da instituição.