Ricardo Dias de Castro, Gabrielle Souza Vieira, Willian Henrique Ferreira Prates, Claudia Mayorga
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Abstract
Esse artigo é resultado de reflexões transdisciplinares que colaboraram com uma compreensão psicossocial do bolsonarismo e da resistência a ele no Brasil. Através da análise de narrativas dispersas no cotidiano público, traçamos alguns eixos de análise-intervenção para o fenômeno da adesão a esse conservadorismo à brasileira embebido em passado, mas atravessado por uma nova semântica da política ocidental-colonial vigente. O bolsonarismo, nesse sentido, aponta para uma atmosfera psicossocial sustentada a partir de uma cisão sujeito/sociedade que produz discursos e posições autoritárias imersas em um projeto de vingança que ora parece se aproximar de sua realização. Ademais, as questões referentes as experiências emancipatórias que envolvem os marcadores de classe, gênero, raça, sexualidade e território parecem estar no bojo das reivindicações pró e contra o bolsonarismo. Apostamos, então, em uma práxis, psicossocialmente, engajada que possa assumir, a partir das matrizes históricas de resistência política dos latino-brasileiros, uma das amplas frentes anti-bolsonarista.