Adilson Luiz Nicoletti, Alexander Christian Vibrans, Marlon Yuri Andrade, Juliana da Veiga, A. Bizon, Murilo Cesar da Silva, Débora Vanessa Lingner, Thuane Laís Farias
{"title":"Mapeamento das Áreas Potenciais (originais) e Remanescentes de Restinga: uma proposta metodológica para Santa Catarina, Brasil","authors":"Adilson Luiz Nicoletti, Alexander Christian Vibrans, Marlon Yuri Andrade, Juliana da Veiga, A. Bizon, Murilo Cesar da Silva, Débora Vanessa Lingner, Thuane Laís Farias","doi":"10.26848/rbgf.v17.1.p260-280","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A restinga, formação vegetal pioneira da Floresta Ombrófila Densa, compreende fisionomias herbáceas, arbustivas e arbóreas; ela ocorre em ambientes sob influências flúvio-marinhas do litoral brasileiro. A restinga sofre forte pressão humana devido à especulação imobiliária em Santa Catarina, tanto pela expansão urbana quanto por outros tipos de ocupação. Como há diferenças entre a legislação de supressão de vegetação e ocupação de áreas localizadas na restinga e fora dela, a delimitação de áreas efetivamente sujeitas aos regramentos vigentes (inclusive daquelas com vegetação recentemente suprimida) é relevante para a conservação e ocupação minimamente ordenada e planejada a longo prazo das áreas litorâneas. O objetivo do estudo é a identificação e validação de indicadores físicos disponíveis em acervos públicos que permitem delimitar áreas potenciais, bem como identificar remanescentes de restinga. A nossa hipótese de trabalho foi que a sobreposição de mapas com indicadores topográficos, hidrogeológicos, geomorfológicos, pedológicos e de geodiversidade permitisse, baseada em critérios transparentes e replicáveis, propor uma delimitação de áreas propícias para ocorrência de restinga, entendidas como “áreas originais”. Dessa sobreposição, com posterior edição manual, resultou um mapa com área de 1.733,8 km², com acurácia geral de 98,2% (apoiada em 15.000 pontos de controle). Por sua vez, os remanescentes de restinga, mapeados utilizando classificação Random Forest de imagens multiespectrais de reflectância de superfície, somam 796,31 km² (45,7% da área potencial), com acurácia acima de 96%. Disponibilizamos ao poder público uma linha base espacialmente explícita, fundamentada em sólidas evidências físicas coletadas de forma independente, permitindo ações de conservação, planejamento territorial, licenciamento e controle ambiental.","PeriodicalId":436739,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Geografia Física","volume":"38 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Brasileira de Geografia Física","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.26848/rbgf.v17.1.p260-280","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A restinga, formação vegetal pioneira da Floresta Ombrófila Densa, compreende fisionomias herbáceas, arbustivas e arbóreas; ela ocorre em ambientes sob influências flúvio-marinhas do litoral brasileiro. A restinga sofre forte pressão humana devido à especulação imobiliária em Santa Catarina, tanto pela expansão urbana quanto por outros tipos de ocupação. Como há diferenças entre a legislação de supressão de vegetação e ocupação de áreas localizadas na restinga e fora dela, a delimitação de áreas efetivamente sujeitas aos regramentos vigentes (inclusive daquelas com vegetação recentemente suprimida) é relevante para a conservação e ocupação minimamente ordenada e planejada a longo prazo das áreas litorâneas. O objetivo do estudo é a identificação e validação de indicadores físicos disponíveis em acervos públicos que permitem delimitar áreas potenciais, bem como identificar remanescentes de restinga. A nossa hipótese de trabalho foi que a sobreposição de mapas com indicadores topográficos, hidrogeológicos, geomorfológicos, pedológicos e de geodiversidade permitisse, baseada em critérios transparentes e replicáveis, propor uma delimitação de áreas propícias para ocorrência de restinga, entendidas como “áreas originais”. Dessa sobreposição, com posterior edição manual, resultou um mapa com área de 1.733,8 km², com acurácia geral de 98,2% (apoiada em 15.000 pontos de controle). Por sua vez, os remanescentes de restinga, mapeados utilizando classificação Random Forest de imagens multiespectrais de reflectância de superfície, somam 796,31 km² (45,7% da área potencial), com acurácia acima de 96%. Disponibilizamos ao poder público uma linha base espacialmente explícita, fundamentada em sólidas evidências físicas coletadas de forma independente, permitindo ações de conservação, planejamento territorial, licenciamento e controle ambiental.