{"title":"Línguas minoritárias e anotações sintáticas de corpora","authors":"Luana Luiza Santos, Carolina Coelho Aragon, Fabrício Gerardi","doi":"10.15448/1984-7726.2023.1.44734","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Muitas das línguas indígenas brasileiras estão ameaçadas de extinção, seja pelo número reduzido de falantes ou por não mais transmitirem o conhecimento linguístico-cultural para as novas gerações. Na maioria desses casos, estratégias de revitalização e de conservação dessas línguas são imprescindíveis nas comunidades, as quais necessitam de processos contínuos de promoção de políticas de línguas e de ações voltadas à educação escolar indígena. Considerando a descrição e a documentação linguística como um método de preservação cultural de um povo, objetivamos, neste artigo, apresentar o uso de ferramentas linguísticas em associação ao processo de documentação e de descrição de línguas minoritárias, em especial, de duas línguas do tronco linguístico Tupí faladas no sudoeste Amazônico, Brasil. Neste sentido, procuramos relatar ações vinculadas à linguagem CoNLL-U na construção de Treebanks — corpus de textos com anotações sintáticas e morfológicas — da Universal Dependencies (MARNEFFE et al., 2021) para línguas indígenas brasileiras, partindo de experiências desenvolvidas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade X intitulado “X”. Discutiremos o uso de algumas ferramentas de descrição linguística articuladas à documentação, à descrição, à produção de materiais didáticos e suas relações com o processo de revitalização e fortalecimento de línguas minoritárias. Para isso, estabelecemos relações entre a linguística computacional, em conjunto com a linguística descritiva, como um meio de fortalecer não apenas a documentação de línguas ameaçadas de extinção, como de promover conhecimentos sobre suas comunidades e suas histórias. Também buscamos discutir a relação da linguística na compreensão de processos culturais, pois quando se trata de línguas indígenas, olhar para elas é restaurar parte de histórias silenciadas, além de nos despertar para o fortalecimento das políticas de línguas dos povos originários, como também das políticas públicas de proteção desses povos. \n","PeriodicalId":506556,"journal":{"name":"Letras de Hoje","volume":"21 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2024-01-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Letras de Hoje","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15448/1984-7726.2023.1.44734","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Muitas das línguas indígenas brasileiras estão ameaçadas de extinção, seja pelo número reduzido de falantes ou por não mais transmitirem o conhecimento linguístico-cultural para as novas gerações. Na maioria desses casos, estratégias de revitalização e de conservação dessas línguas são imprescindíveis nas comunidades, as quais necessitam de processos contínuos de promoção de políticas de línguas e de ações voltadas à educação escolar indígena. Considerando a descrição e a documentação linguística como um método de preservação cultural de um povo, objetivamos, neste artigo, apresentar o uso de ferramentas linguísticas em associação ao processo de documentação e de descrição de línguas minoritárias, em especial, de duas línguas do tronco linguístico Tupí faladas no sudoeste Amazônico, Brasil. Neste sentido, procuramos relatar ações vinculadas à linguagem CoNLL-U na construção de Treebanks — corpus de textos com anotações sintáticas e morfológicas — da Universal Dependencies (MARNEFFE et al., 2021) para línguas indígenas brasileiras, partindo de experiências desenvolvidas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade X intitulado “X”. Discutiremos o uso de algumas ferramentas de descrição linguística articuladas à documentação, à descrição, à produção de materiais didáticos e suas relações com o processo de revitalização e fortalecimento de línguas minoritárias. Para isso, estabelecemos relações entre a linguística computacional, em conjunto com a linguística descritiva, como um meio de fortalecer não apenas a documentação de línguas ameaçadas de extinção, como de promover conhecimentos sobre suas comunidades e suas histórias. Também buscamos discutir a relação da linguística na compreensão de processos culturais, pois quando se trata de línguas indígenas, olhar para elas é restaurar parte de histórias silenciadas, além de nos despertar para o fortalecimento das políticas de línguas dos povos originários, como também das políticas públicas de proteção desses povos.