{"title":"Machado de Assis, autor de romances (1872-1873)","authors":"Lúcia Granja","doi":"10.20396/remate.v43i1.8673058","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo integra um projeto maior que se define como a história editorial da consagração de Machado de Assis. Ele toma como ponto de partida a dedicação do escritor à prosa de ficção a partir de meados anos 1860, assim como algumas ideias de Machado de Assis sobre o romance, à mesma época. Assunto já explorado pela crítica, o que se pretende demonstrar com originalidade é que, ao lado das escolhas críticas e estéticas machadianas, o desejo de adotar, no romance, uma perspectiva urbana e de estudo de caracteres, é uma ação paralela ao assenhoramento machadiano das práticas editoriais, notadamente no contato com o principal editor no Brasil da época (B.-L. Garnier), as quais reverberavam ações transnacionais. A ideia da “formação do romancista” incide sobre a busca de uma identidade como autor de ficção e também sobre a busca de espaço para uma ficção que lhe propiciasse circulação internacional, embora, de nosso ponto de vista contemporâneo, saibamos que essa tentativas foram malogradas. Nessa via de reflexão, e por meio da análise de documentos, evocam-se as relações ativas e atuantes entre Machado de Assis e Baptiste-Louis Garnier, sobretudo nos anos 1860-1870, como um dos acessos ao espaço de consagração progressivamente ocupado pelo escritor, apesar das tensões com seu principal editor. Nesse caso, Machado de Assis é estudado como ator no processo de inflexão editorial que trouxe consequências literárias à sua carreira, à medida em que ele vinha atuando, até então, como crítico, dramaturgo, poeta e cronista (anos 1850 e 1860).","PeriodicalId":32941,"journal":{"name":"Remate de Males","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-07-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Remate de Males","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.20396/remate.v43i1.8673058","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERARY THEORY & CRITICISM","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo integra um projeto maior que se define como a história editorial da consagração de Machado de Assis. Ele toma como ponto de partida a dedicação do escritor à prosa de ficção a partir de meados anos 1860, assim como algumas ideias de Machado de Assis sobre o romance, à mesma época. Assunto já explorado pela crítica, o que se pretende demonstrar com originalidade é que, ao lado das escolhas críticas e estéticas machadianas, o desejo de adotar, no romance, uma perspectiva urbana e de estudo de caracteres, é uma ação paralela ao assenhoramento machadiano das práticas editoriais, notadamente no contato com o principal editor no Brasil da época (B.-L. Garnier), as quais reverberavam ações transnacionais. A ideia da “formação do romancista” incide sobre a busca de uma identidade como autor de ficção e também sobre a busca de espaço para uma ficção que lhe propiciasse circulação internacional, embora, de nosso ponto de vista contemporâneo, saibamos que essa tentativas foram malogradas. Nessa via de reflexão, e por meio da análise de documentos, evocam-se as relações ativas e atuantes entre Machado de Assis e Baptiste-Louis Garnier, sobretudo nos anos 1860-1870, como um dos acessos ao espaço de consagração progressivamente ocupado pelo escritor, apesar das tensões com seu principal editor. Nesse caso, Machado de Assis é estudado como ator no processo de inflexão editorial que trouxe consequências literárias à sua carreira, à medida em que ele vinha atuando, até então, como crítico, dramaturgo, poeta e cronista (anos 1850 e 1860).