Leandro Lazzari Ciotti, Fernanda Löffler Niemeyer Attademo, Alexandra Fernandes Costa, Salvatore Siciliano, Iran Campelo Normande, João Carlos Gomes Borges, Ernesto Frederico da Costa Foppel, Fábio Adônis Gouveia Carneiro da Cunha, Thalma Maria Grisi Veloso, Fábia De Oliveira Luna
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Abstract
Planos de ação nacional para a conservação das espécies ameaçadas de extinção são instrumentos de gestão que priorizam ações para a conservação da biodiversidade, em especial espécies ameaçadas de extinção. O peixe-boi-marinho Trichechus manatus manatus é um mamífero aquático que habita o litoral Norte e Nordeste brasileiro, e que, em razão da intensa caça que sofreu no passado, associada a fatores de ameaças contemporâneos, encontra-se ameaçado de extinção. Nas últimas décadas, a perda e a degradação de habitat contribuíram para acentuar essa categoria de ameaça. Para intervir nesse processo, em 1980, o governo federal criou o Projeto Peixe-Boi e, em 1994, iniciou o Programa de Solturas dos peixes-bois-marinhos resgatados. O objetivo do artigo é apresentar os resultados desse Programa, enfatizando a etapa de soltura. Os peixes-bois-marinhos encalhados são resgatados e reabilitados em recintos adequados; os indivíduos aptos à soltura são conduzidos a recintos de aclimatação e soltos na natureza; posteriormente, são monitorados por telemetria. Desde o início, o Programa envolveu 55 peixes-bois-marinhos, e, destes, 48 indivíduos foram soltos no litoral brasileiro. A partir de 2009 ocorreu um aumento no número de solturas. A maioria dos exemplares havia encalhado ainda como filhotes, especialmente nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. Na fase atual, o principal sítio de soltura está localizado em Porto de Pedras, Alagoas. Recomenda-se a ampliação das solturas e a realização de estudos em longo prazo e de distribuição atual dos peixes-bois-marinhos, a fim de avaliar a efetividade do Programa para a conservação desses sirênios no Brasil.