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Abstract
Para muitos intérpretes, sobretudo os mais tradicionais, Kant se inscreve na tradição iluminista de uma “apreciação da religião natural”, a qual nega fazer qualquer apreciação, e ainda menos qualquer “depreciação”, do cristianismo (SF, 7: 08), pretendendo somente submeter a religião ao tribunal supremo da razão. Mas, para outros intérpretes, sobretudo mais recentes, embora Kant acredite que o núcleo moral racional da religião seja independente das religiões históricas e possa, eventualmente, estar presente em muitas delas, o cristianismo cumpre em suas reflexões uma função mais do que ilustrativa. Nossa hipótese, no presente artigo, é que isso caracteriza uma ambiguidade da tentativa de Kant de reduzir a religião à moralidade, e ela pode ser encontrada mais explicitamente nas suas dificuldades em fornecer uma prova formal do mal radical e da realidade objetiva de sua superação na figura do Cristo, portanto na primeira e na segunda parte do livro A religião nos limites da simples razão. Na terceira e na quarta parte, essa ambiguidade diminui, e Kant se torna mais enfaticamente crítico das religiões históricas.