Ana Paula Vasconcelos Gonçalves, Lucas Lemos Walmrath
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Abstract
Entender as relações entre firmas globais é um desafio para estudos socioeconômicos. Neste trabalho, nosso objetivo é avançar nesta problemática tomando como objeto as relações entre montadoras da indústria automotiva e suas principais fornecedoras. Partindo do modelo teórico das Redes Globais de Produção (RGP) e unificando-o aos métodos e pressupostos da Análise de Redes Sociais (ARS), no artigo foi construído um sociograma que descreve as estruturas de relações de fornecimento entre algumas das principais firmas instaladas no polo automotivo do Sul Fluminense, localizado no Rio de Janeiro, com dados referentes ao ano de 2019, no período pré-pandemia. Os resultados, i.e. a descrição desta estrutura de relações, sugerem a confirmação de alguns postulados teóricos acerca das estratégias de produção das firmas líderes desta indústria. Mais especificamente, evidenciamos a ocorrência de follow sourcing. Além disso, mostramos como as fornecedoras pouco se conectam entre si, e como a maioria apresenta a mesma origem nacional e institucional da firma líder (no caso, as montadoras automotivas). Dada a relativa escassez de estudos com esta abordagem sobre este setor, a principal contribuição deste artigo é abrir caminho para uma nova agenda de pesquisas socioeconômicas sobre o setor automotivo brasileiro, centrada na análise comparada e teoricamente embasada de redes de fornecimento.