Margaridas Africanas, trabalhadoras negras do serviço público municipal de Porto Alegre

Silvana Conti, Dolores Sanches
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Abstract

Este estudo aborda o tema sobre as trabalhadoras negras no serviço público municipal de Porto Alegre, evidenciando suas histórias de vida e trajetórias profissionais, no contexto do racismo estrutural, no período pós 1990 do século XX. Para fins de investigação, a problematização do estudo partiu das trajetórias profissionais das trabalhadoras negras no município, que atuam nas áreas da educação, saúde e assistência social. A metodologia utilizada teve como aporte teórico-metodológico o materialismo histórico-dialético, onde foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva analítica, com aplicação da técnica de triangulação das informações. Bem como, se utilizou a história oral para a escuta das histórias e trajetórias no contexto do racismo estrutural, que afeta diretamente as mulheres negras ao longo de suas vidas, com questões relacionadas à classe, ao gênero e à raça. Foram entrevistadas seis mulheres negras servidoras públicas de Porto Alegre, militantes da luta antirracista. Também se utilizou da técnica da análise documental sobre servidores(as) públicos(as) negros(as) na Prefeitura de Porto Alegre. Como resultados, constatou-se que do total de servidores(as) públicos de Porto Alegre, 6,11% são servidoras negras. E dentre as servidoras mulheres, 10,29% são negras. Verifica-se que os fios e tramas do racismo estrutural, tendo como protagonistas as mulheres negras servidoras públicas de Porto Alegre, apontam o entrelaçamento entre classe, raça e gênero, demonstrando as formas de lutas e resistências das mulheres negras em seu tempo sócio-histórico. Os resultados, evidenciam a histórica desigualdade das mulheres negras trabalhadoras na sociedade capitalista/racista e o acirramento desta pós golpe de 2016. O racismo estrutural se particulariza no trabalho, na realidade e vivência das mulheres negras servidoras públicas da prefeitura, onde constatou-se que todas as servidoras negras pesquisadas sofreram e sofrem racismo em seus locais de trabalho de diversas maneiras. Conclui-se que as lutas sociais vividas pelas trabalhadoras negras servidoras do município, especialmente no que diz respeito às formas de organização e resistência contra o racismo estrutural e o racismo institucional no serviço público municipal, fortalecem a resistência como um aspecto central para a luta pela emancipação humana, sendo esta permanente e num processo histórico contínuo, e no leito da luta.
非洲雏菊,阿雷格里港的黑人公共服务工作者
本研究探讨了阿雷格里港市政公共服务部门黑人女工的问题,重点介绍了她们在 20 世纪 90 年代后结构性种族主义背景下的生活故事和职业轨迹。出于研究目的,这项研究从该市从事教育、卫生和社会援助领域工作的黑人女工的职业轨迹入手,将问题具体化。所采用的方法以历史辩证唯物主义为理论和方法论基础,利用信息三角测量技术进行了探索性和描述性分析研究。口述历史也被用来倾听结构性种族主义背景下的故事和轨迹,结构性种族主义直接影响着黑人妇女的一生,涉及与阶级、性别和种族有关的问题。阿雷格里港的六名黑人女公务员接受了访谈,她们是反种族主义斗争的积极分子。他们还使用了分析阿雷格里港市政厅黑人公务员文件的技术。结果显示,在阿雷格里港的公务员总数中,黑人占 6.11%。在女性公务员中,黑人占 10.29%。以阿雷格里港的黑人女公务员为主角,结构性种族主义的线索和编织物显示了阶级、种族和性别的交织,展示了黑人妇女在其社会历史时期的斗争和反抗形式。研究结果显示了黑人劳动妇女在资本主义/种族主义社会中的历史不平等,以及 2016 年政变后这种不平等的加剧。结构性种族主义在市政厅黑人女公务员的工作现实和经历中表现得尤为突出,调查发现,所有接受调查的黑人女公务员都在工作场所以各种方式遭受并承受着种族主义。结论是,市政厅黑人女公务员所经历的社会斗争,特别是在组织形式和抵制市政公共服务中的结构性种族主义和制度性种族主义方面,加强了作为人类解放斗争核心方面的抵制,这是一个永久的、持续的历史进程,也是斗争的基石。
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