{"title":"Hannah Arendt e Gilbert Simondon entre a natureza e a cultura","authors":"Diego Paim de Souza","doi":"10.5380/petfilo.v23i1.91423","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo trata de colocar em diálogo as filosofias de Hannah Arendt e Gilbert Simondon no que diz respeito à relação entre a natureza e a cultura. Contemporâneos, mas advindos de tradições distintas, os dois autores elaboraram filosofias preocupadas com a alienação da realidade humana em relação à progressiva transformação tecnológica. Enquanto Hannah Arendt associa o progresso da técnica com o advento do social e, com isso, o esvanecimento da política, Simondon considera que o estágio maquínico da concretização dos objetos técnicos acentua uma crise da capacidade cultural humana de simbolizar a realidade. Diante da mesma crise, mas apontando aspectos diferentes, subjaz às suas respectivas abordagens duas maneiras distintas de pensar a relação entre a natureza e o mundo: se, para Arendt, duas temporalidades distintas circunscrevem os dois domínios, Simondon aponta para uma diferença de complexificação no qual o mesmo processo de individuação se desdobra. A partir disso, os autores divergem sobre o que está sendo perdido na crise contemporânea: Arendt aponta para a política; Simondon, para a cultura.","PeriodicalId":503369,"journal":{"name":"Cadernos PET-Filosofia","volume":"4 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Cadernos PET-Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5380/petfilo.v23i1.91423","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo trata de colocar em diálogo as filosofias de Hannah Arendt e Gilbert Simondon no que diz respeito à relação entre a natureza e a cultura. Contemporâneos, mas advindos de tradições distintas, os dois autores elaboraram filosofias preocupadas com a alienação da realidade humana em relação à progressiva transformação tecnológica. Enquanto Hannah Arendt associa o progresso da técnica com o advento do social e, com isso, o esvanecimento da política, Simondon considera que o estágio maquínico da concretização dos objetos técnicos acentua uma crise da capacidade cultural humana de simbolizar a realidade. Diante da mesma crise, mas apontando aspectos diferentes, subjaz às suas respectivas abordagens duas maneiras distintas de pensar a relação entre a natureza e o mundo: se, para Arendt, duas temporalidades distintas circunscrevem os dois domínios, Simondon aponta para uma diferença de complexificação no qual o mesmo processo de individuação se desdobra. A partir disso, os autores divergem sobre o que está sendo perdido na crise contemporânea: Arendt aponta para a política; Simondon, para a cultura.