{"title":"A produção do espaço urbano da Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy","authors":"Lucas Knabben, F. Atique","doi":"10.11606/1982-02672023v31e33","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"São Paulo atravessou intensas transformações espaciais entre o final do século XIX e o início do século XX. Com essas mudanças, impulsionadas pela chegada de imigrantes e por migrações do campo para a capital, a cidade extrapolou os limites naturais impostos pelo rio Tietê. Essa expansão da mancha urbana se deu a partir de uma atuação tanto do âmbito público quanto do privado-empresarial por meio da promoção de loteamentos e infraestrutura. Neste artigo, vamos abordar estas ações, visando compreender como a região Norte da cidade se firmava como um polo alternativo à carestia dos aluguéis nos bairros lindeiros à região central e auxiliou no processo de espraiamento da mancha urbana da capital. Para tanto, analisaremos a formação do espaço urbano além-Tietê, mostrando a atuação de promotores urbanos. A partir do parcelamento do solo de suas terras e da criação de atrativos urbanos para a ocupação desse espaço, de características ainda rurais na virada do século, os promotores lograram êxito. Especificamente, daremos destaque à formação do Lausanne Paulista, bairro originado a partir de uma gleba da família Savoy que, além do parcelamento do solo, também organizou um clube de futebol de várzea, atrativo urbano para os residentes do bairro. O artigo mostra, assim, a trajetória do Lausanne Paulista, explorando as atividades comerciais e sociais da família promotora, expondo os liames entre representação social, estratégias de comercialização do espaço e formação de sociabilidades cabíveis à área compreendida entre as escarpas da Serra da Cantareira e a várzea do Rio Tietê.","PeriodicalId":505553,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","volume":"46 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e33","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
São Paulo atravessou intensas transformações espaciais entre o final do século XIX e o início do século XX. Com essas mudanças, impulsionadas pela chegada de imigrantes e por migrações do campo para a capital, a cidade extrapolou os limites naturais impostos pelo rio Tietê. Essa expansão da mancha urbana se deu a partir de uma atuação tanto do âmbito público quanto do privado-empresarial por meio da promoção de loteamentos e infraestrutura. Neste artigo, vamos abordar estas ações, visando compreender como a região Norte da cidade se firmava como um polo alternativo à carestia dos aluguéis nos bairros lindeiros à região central e auxiliou no processo de espraiamento da mancha urbana da capital. Para tanto, analisaremos a formação do espaço urbano além-Tietê, mostrando a atuação de promotores urbanos. A partir do parcelamento do solo de suas terras e da criação de atrativos urbanos para a ocupação desse espaço, de características ainda rurais na virada do século, os promotores lograram êxito. Especificamente, daremos destaque à formação do Lausanne Paulista, bairro originado a partir de uma gleba da família Savoy que, além do parcelamento do solo, também organizou um clube de futebol de várzea, atrativo urbano para os residentes do bairro. O artigo mostra, assim, a trajetória do Lausanne Paulista, explorando as atividades comerciais e sociais da família promotora, expondo os liames entre representação social, estratégias de comercialização do espaço e formação de sociabilidades cabíveis à área compreendida entre as escarpas da Serra da Cantareira e a várzea do Rio Tietê.