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Abstract
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o romance O Ausente, de Edimilson de Almeida Pereira. Busca apreender e discutir a potencialidade da linguagem na configuração da Voz das personagens como possibilidade de existência e condição de alcançar o aquém da linguagem. Para tanto, vale-se das concepções de negatividade e potencialidade da linguagem na construção da Voz e de sujeito lírico fora de si, postuladas por Giorgio Agamben e Michel Collot, respectivamente. As personagens de O Ausente operam a fragmentação e a desarticulação da construção da linguagem como forma e possibilidade de existência. Elas comunicam o incomunicável ao tornarem-se o silêncio que antecede e permeia a tessitura da linguagem poética, colocando-se fora de si para vislumbrar e tocar aquilo que subsiste aquém da palavra, permeando sua formulação enquanto poesia.