A descentralização participativa: entre as fronteiras da sociedade civil e a sociedade política

Abstract

O presente artigo analisa as inter-relações existentes entre um partido de massas, de intensa participação voluntária de ativistas - a Frente Ampla uruguaia – e as instituições participativas da cidade de Montevidéu, os Conselhos de Vizinhança (CVs). Os quais, na capital uruguaia, na década de 1990, foram novos canais de participação democrática. Eleitos pelos moradores locais, os CVs, têm por objetivo ser canais de demandas dos bairros, participar na elaboração do orçamento e definir prioridade de investimento público. Muitos dos novos cidadãos participantes dos CVs estão vinculadas à FA, eles participam semanalmente nos bairros em Comitês de Bases partidárias, formando redes estreitas de interconexões entre a sociedade civil e a sociedade política. A partir das permeáveis fronteiras políticas e sociais, e das particularidades do sistema político uruguaio problematiza-se as dinâmicas estabelecidas entre a FA e as novas Instituições Participativas da sociedade civil.   Para estas finalidades analíticas utilizamos fontes secundárias e fontes primárias, entrevistas realizadas na cidade de Montevidéu com conselheiros da Descentralização Participativa.