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Abstract
No contexto de uma sociedade puramente imagética, em que os sinais se confundem com o que apontam, muitos setores da Igreja, apesar de tantos modelos pastorais possíveis, optam por uma pastoral secularista, cujo eixo central é o corpo e, naturalmente, as sensações. Nesse cenário, a essência da prática da Eucarista, que é a refeição, acaba por se prejudicar, uma vez que se incentiva mais a adoração. Não que, naturalmente, a Eucaristia não deva ser adorada; ao contrário, uma vez consagrados, Pão e Vinho também é digno da nossa adoração. Entretanto, desde o início a ordem de Jesus não foi para ver e adorar, mas para tomar e comer. Nessa inversão, esquece-se o elementar e se destaca não mais o aspecto comunitário da refeição eucarística, mas sim o individual: ver, adorar e sentir no próprio corpo o que Jesus, vivo na hóstia consagrada, causa em “mim”, individualmente. É aqui que se passa a uma espécie de idolatria, especialmente porque há um conjunto de “eus”, faltando o salto ao “nós”. Essa prática, por sua vez, leva a uma pastoral preocupada excessivamente com as massas e os números, pouco empenhada em formar comunidade, meio através do qual o cristianismo sempre existiu e cresceu.