Ana Catarina Martins Lopes, Maria João de Freitas Figueiredo de Almeida, Manuela Santos e Sousa, Sandra de Brito Beirão Guerreiro, Isabel Maria Silva Almeida, José Carlos da Silva Caldas, Luis Manuel Coelho Monteiro
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Abstract
Introdução. Dados apontam que a utilização de máscara facial torna a descodificação de emoções mais complexa, podendo impactar negativamente a interação humana. Não obstante, pouco se sabe sobre as suas consequências em indivíduos com Lesão Cerebral Adquirida (LCA). Objetivo. Testar se a utilização de máscaras faciais dificulta o reconhecimento emocional de faces em indivíduos com LCA. Método. Os participantes, divididos em dois grupos, o composto por indivíduos com LCA (n = 30) e aquele com indivíduos saudáveis (n = 30), identificaram as expressões emocionais exibidas por 59 rostos, com e sem máscara, que surgiam de forma estandardizada. Cada emoção (alegria, tristeza, medo, raiva, nojo e surpresa) encontrava-se representada em 9 faces e a expressão neutra surgia em 5 rostos. Para o estudo utilizou-se o instrumento Gandra-BARTA, uma variação do Bolton Affective Recognition Tri-stimulus Approach. Resultados. A utilização de máscara facial dificultou significativamente o reconhecimento de expressões faciais emocionais em ambos os grupos. Contudo, esta limitação é mais acentuada em indivíduos com lesão. Conclusão. A utilização de máscaras faciais interfere no papel da comunicação, uma vez que condiciona a descodificação das emoções, podendo levar a más interpretações acerca das intenções e objetivos dos outros. Estes efeitos são particularmente preocupantes em casos de LCA, pois pode significar uma dificuldade acrescida no seu processo de reintegração social e profissional.