Maria Isabel Souza, Gliere Silmara Leite Soares, Ângela Imperiano da Conceição, Jean Carlos Ramos Silva, Antônio Flávio Medeiros Dantas, Jobson Filipe de Paula Cajueiro, Nivaldo Azevedo Costa, Carla Lopes de Mendonça, José Augusto Bastos Afonso
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Abstract
Resumo Os distúrbios neurológicos em bovinos abrangem um grupo de enfermidades economicamente relevantes de elevada ocorrência e mortalidade. Desta forma, objetivou-se realizar um estudo epidemiológico das enfermidades que cursaram com manifestações neurológicas que deram entrada (vivos ou mortos) na Clínica de Bovinos de Garanhuns/Universidade Federal Rural de Pernambuco no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2019. Nos prontuários clínicos, foram coletadas informaçõe epidemiológicas referentes ao sexo; a faixa etária; ao sistema de criação, época do ano e a área de procedência dos animais. As doenças foram agrupadas em categorias de acordo com sua origem: tóxica ou toxi-infecciosa, viral, traumática, parasitária, degenerativa, metabólica, bacteriana, neoplásica e outras. Um total de 6103 bovinos foram atendidos no período estudado, dos quais 604 (10,1 %) foram diagnosticados com enfermidades que cursaram com manifestações neurológicas. Destes, 331 casos foram de ocorrência individual, 231 casos cursaram como surtos no rebanho. Quase 80% dos casos (465/596) teve o óbito como desfecho. As frequências das distintas categoria foram tóxica ou toxi-infecciosa (25,2%), viral (21,5%), traumática/física (13,6%), parasitária (9,8%), metabólica (9,3%, degenerativa (2,3%), bacteriana (2,2%), neoplásica (1,2%), outras (1,2%). Verificou-se que quase metade dos animais apresentavam idade superior a 24 meses (229/475), quase 80% eram fêmeas, mais de 60% eram submetidos a um sistema de criação de semi-intensivo a intensivo e a ocorrência foi maior durante o período seco do ano (363/614). As três enfermidades com manifestações neurológicas de maior ocorrência neste estudo foram a raiva, os traumatismos e o botulismo.