Waldimiro Maximino Tavares César, Elis Regina Fernandes Alves, Gabriela Gomes Reis
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Abstract
O presente artigo objetiva analisar o diálogo entre a autora brasileira Carolina Maria de Jesus (1914- 1977) e a martinicana Françoise Ega (1920-1976), buscando compreender, por meio do viés feminista decolonial, os processos interseccionais de exclusão e silenciamento sofridos por elas. A partir da publicação de Quarto de despejo: diário de uma favelada, a autora negra, favelada e catadora de papel Carolina Maria de Jesus causou enorme impacto, em sua época, sendo traduzido para catorze idiomas. Uma dessas traduções, mais precisamente um pequeno resumo de Quarto de Despejo traduzido para o Francês, chega às mãos de Françoise Ega, uma antilhana que foi para a França durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa leitura, Ega não somente encontra identificação projetiva nas palavras de Carolina, como vislumbra também o cotidiano de muitas de suas companheiras imigrantes caribenhas, originando-se, daí, o livro Cartas a Uma Negra. Os resultados obtidos deste estudo apontaram para a necessidade de analisar obras de autoras afro-americanas não só pelo aspecto interseccional, mas também sob a ótica da decolonialidade, devido às singularidades de suas histórias de vida e escrita. Como aporte teórico, foram utilizadas obras, no âmbito da crítica literária feminista, de Akotirene (2019), Crenshaw (1989), Collins e Bilge (2020), Davis (2016), entre outras.
本文旨在分析巴西作家卡罗莱娜·玛丽亚·德赫苏斯(1914- 1977)与马提尼克作家francoise埃加(1920-1976)之间的对话,试图通过非殖民化的女权主义偏见,理解她们所遭受的排斥和沉默的交叉过程。自从《驱逐的房间:贫民窟的日记》出版以来,黑人作家、贫民窟和拾荒者卡罗莱娜·玛丽亚·德赫苏斯在她的时代产生了巨大的影响,并被翻译成14种语言。其中一份译本,更准确地说,是《驱逐的房间》的法文摘要,落入了francoise Ega的手中,她是一名在二战期间前往法国的安的列斯人。在这篇阅读中,埃加不仅在卡罗莱纳的话语中找到了投射性的认同,还瞥见了她的许多加勒比移民同伴的日常生活,由此产生了《Cartas a Uma Negra》一书。这项研究的结果指出,有必要分析非裔美国作家的作品,不仅从交叉的角度,而且从非殖民化的角度,因为他们的生活和写作故事的独特性。作为理论贡献,我们在女性主义文学批评领域使用了Akotirene(2019)、Crenshaw(1989)、Collins and Bilge(2020)、Davis(2016)等作品。