Paulo de Oliveira Neto, Carolline Alves Ibiapino, Denise Tavares Camara do Nascimento, Higor Netto Roizenblit, Gabriela Gonçalves de Medeiros Dela Bianca, Pedro Arthur Gonçalves de Medeiros Dela Bianca, Alex André Lelis da Costa, Arieta de Souza Barros Vales, Emanuelle Portal Moraes, Thaiane dos Santos Oliveira
{"title":"ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DO AMAPÁ DE 2020 A 2022","authors":"Paulo de Oliveira Neto, Carolline Alves Ibiapino, Denise Tavares Camara do Nascimento, Higor Netto Roizenblit, Gabriela Gonçalves de Medeiros Dela Bianca, Pedro Arthur Gonçalves de Medeiros Dela Bianca, Alex André Lelis da Costa, Arieta de Souza Barros Vales, Emanuelle Portal Moraes, Thaiane dos Santos Oliveira","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103123","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A sífilis congênita é uma infecção resultante da transmissão da sífilis materna, causa pela bactéria Treponema pallidum para o feto e tende a cursar com complicações como abortamentos, surdez, cegueira, más formações fetais e morte do feto. No amapá, ainda há poucos estudos sobre essa condição e entendendo a importância de conhecer a distribuição destes casos, se faz necessário conhecer o perfil epidemiológico envolvido nessa patologia. Estudo epidemiológico observacional do tipo análise de série temporal, realizado por meio da análise de dados extraídos do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DVIAHV) e os selecionados foram as gestantes, independente da faixa etária, com sorologia positiva para sífilis das quais também houve o exame positivo no neonato. As variáveis analisadas foram: faixa etária, escolaridade, realização de pré-natal, momento do diagnóstico, esquema de tratamento da gestante, evolução, e óbitos por meio de estatística descritiva. Observaram-se 1.142 casos de sífilis diagnosticada em gestantes no período analisado, sendo que 520 (45,53%) culminaram na infecção do feto pela sífilis. Dentre essas, houve predomínio da faixa etária entre 20-29 anos com 289 casos (55,57%) com maiores taxas em pardas 453 (87,11%) e com ensino médio incompleto 106 (20,38%) sendo que 354 gestantes (68,07%) realizaram o pré-natal e o momento de maior diagnóstico da sífilis materna foi no parto/curetagem 264 (50,76%) e o esquema de tratamento materno em 439 pacientes (84,42%) foi inadequado. Ademais, 57 dos casos (10,96%) evoluíram com natimorto por sífilis. Os resultados reforçam a relação do contato com as Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST) com a baixa escolaridade, ao passo que a desinformação da saúde sexual entra como um fator que corrobora para o contato com as IST antes ou durante a gestação. Não só isso, como também, as políticas de diagnóstico e tratamento realizadas no pré-natal apresentam fragilidades haja visto que, em grande parte das pacientes, o diagnóstico da sífilis materna foi tardio mesmo com o pré-natal. Condição está, sobretudo por um possível tratamento ineficaz que por vezes deixa de englobar a parceria da gestante, o que cursa com a possibilidade de reinfecção e permanência da bactéria para transmissão. Desse modo, é de suma importância uma maior ênfase na saúde sexual da gestante desde a atenção primária de saúde.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103123","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A sífilis congênita é uma infecção resultante da transmissão da sífilis materna, causa pela bactéria Treponema pallidum para o feto e tende a cursar com complicações como abortamentos, surdez, cegueira, más formações fetais e morte do feto. No amapá, ainda há poucos estudos sobre essa condição e entendendo a importância de conhecer a distribuição destes casos, se faz necessário conhecer o perfil epidemiológico envolvido nessa patologia. Estudo epidemiológico observacional do tipo análise de série temporal, realizado por meio da análise de dados extraídos do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DVIAHV) e os selecionados foram as gestantes, independente da faixa etária, com sorologia positiva para sífilis das quais também houve o exame positivo no neonato. As variáveis analisadas foram: faixa etária, escolaridade, realização de pré-natal, momento do diagnóstico, esquema de tratamento da gestante, evolução, e óbitos por meio de estatística descritiva. Observaram-se 1.142 casos de sífilis diagnosticada em gestantes no período analisado, sendo que 520 (45,53%) culminaram na infecção do feto pela sífilis. Dentre essas, houve predomínio da faixa etária entre 20-29 anos com 289 casos (55,57%) com maiores taxas em pardas 453 (87,11%) e com ensino médio incompleto 106 (20,38%) sendo que 354 gestantes (68,07%) realizaram o pré-natal e o momento de maior diagnóstico da sífilis materna foi no parto/curetagem 264 (50,76%) e o esquema de tratamento materno em 439 pacientes (84,42%) foi inadequado. Ademais, 57 dos casos (10,96%) evoluíram com natimorto por sífilis. Os resultados reforçam a relação do contato com as Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST) com a baixa escolaridade, ao passo que a desinformação da saúde sexual entra como um fator que corrobora para o contato com as IST antes ou durante a gestação. Não só isso, como também, as políticas de diagnóstico e tratamento realizadas no pré-natal apresentam fragilidades haja visto que, em grande parte das pacientes, o diagnóstico da sífilis materna foi tardio mesmo com o pré-natal. Condição está, sobretudo por um possível tratamento ineficaz que por vezes deixa de englobar a parceria da gestante, o que cursa com a possibilidade de reinfecção e permanência da bactéria para transmissão. Desse modo, é de suma importância uma maior ênfase na saúde sexual da gestante desde a atenção primária de saúde.