BACTEREMIA POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA PRODUTORA DE VIM COMO COMPLICAÇÃO APÓS O CAR-T-CELL

Eusébio Lino dos Santos Júnior, Erick Menezes Xavier, Hermes Ryoiti Higashino, Vanderson Geraldo Rocha, Silvia Figueiredo Costa
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Abstract

Uma estratégia moderna e eficaz para tratar neoplasias hematológicas refratárias é a modificação genética de células T autólogas para expressar um receptor quimérico de antígeno contra as células tumorais, o CAR-T-cell. Existem poucos dados sobre complicações infecciosas de CAR-T-cell, sem guias de recomendação de profilaxias. Descrevemos o caso de uma bacteremia por Pseudomonas aeruginosa produtora de Metalo-beta-lactamase (MBL). Homem, 61 anos, diagnosticado com Linfoma de Hodgkin Difuso de Grandes Células B em 2018, já submetido a quimioterapia e transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo, com recaída. Em 2023, é internado para receber CAR-T-cell. No D0 e D+9, foi diagnosticado com síndrome de liberação de citocinas (SLC) grau I e grau II, respectivamente, para as quais recebeu tocilizumab e dexametasona, com melhora clínica. Porém, no D+24 teve choque séptico, tratado empiricamente com meropenem e vancomicina. As hemoculturas identificaram P. aeruginosa, sensível apenas à polimixina B e ao aztreonam. O teste imunocromatográfico de carbapenemase foi positivo para Verona Íntegron Metalo-betalactamase (VIM). Assim, a terapia foi alterada para as duas drogas por 7 dias. Posteriormente, o teste de sinergismo entre ambas não identificou efeito sinérgico. Foi investigado com ecocardiograma, tomografias e PET-SCAN sem identificar foco infeccioso. Após 4 dias do fim do tratamento, teve novo choque séptico e as hemoculturas indicaram o mesmo agente. Logo, foi reiniciado o tratamento com polimixina B e aztreonam, e a nova investigação não identificou foco. Desta vez, foi tratado por 21 dias e teve alta bem clinicamente. Infecções após o CAR-T-cell são mais frequentes no primeiro mês pós-infusão, quando predominam as bacterianas. Alguns fatores de risco descritos são o TCTH prévio e a SLC. Bacteremias por P. aeruginosa resistente a carbapenêmicos implicam maior chance de erro no tratamento empírico e taxas de mortalidade de até 50%. As opções terapêuticas são escassas, mas a polimixina parece eficaz. No Brasil, predomina a enzima SPM, e no caso identificamos a VIM. As amostras de P. aeruginosa serão sequenciadas para análise da linhagem, genes de resistência e virulência. Faltam estudos robustos que explorem o desfecho da terapia combinada neste cenário de MBL. Este relato alerta para o diagnóstico de infecções bacterianas graves em pacientes submetidos a CAR-T-cell e descreve o sucesso da terapia combinada num paciente grave.
CAR-T细胞后产生VIM的铜绿假单胞菌血症
一种现代而有效的治疗难治性血液病的策略是对自体T细胞进行基因修饰,以表达一种针对肿瘤细胞的嵌合抗原受体CAR-T细胞。关于CAR-T细胞感染并发症的数据很少,没有推荐的预防指南。我们描述了由铜绿假单胞菌引起的金属-内酰胺酶(MBL)菌血症的病例。男性,61岁,2018年诊断为弥漫性大B细胞霍奇金淋巴瘤,已接受化疗和自体造血干细胞移植(hsct),复发。2023年,他住院接受CAR-T-cell。在D0和D+9时,诊断为细胞因子释放综合征(cls) I级和II级,接受托西珠单抗和地塞米松治疗,临床改善。然而,在D+24时,感染性休克,经验治疗美罗培南和万古霉素。血液培养鉴定出铜绿假单胞菌,仅对多粘菌素B和氮曲南敏感。碳青霉烯酶免疫层析检测维罗纳全金属- β -内酰胺酶(VIM)阳性。因此,两种药物的治疗改为7天。随后,协同试验未发现协同效应。通过超声心动图、ct扫描和PET扫描进行调查,但未确定感染灶。治疗结束4天后,出现新的感染性休克,血液培养显示相同的制剂。很快,多粘菌素B和阿兹曲南重新开始治疗,新的调查没有确定焦点。这一次,他接受了21天的治疗,临床出院良好。CAR-T细胞后的感染在输注后的第一个月更常见,当时细菌占主导地位。描述的一些危险因素是既往造血干细胞移植和cll。碳青霉烯耐药铜绿假单胞菌引起的菌血症意味着经验性治疗出错的几率更高,死亡率高达50%。治疗选择很少,但多粘菌素似乎有效。在巴西,SPM酶占主导地位,在这种情况下,我们确定了VIM。对铜绿假单胞菌样品进行测序,分析菌株、抗性基因和毒力。目前还缺乏强有力的研究来探索联合治疗MBL的结果。本报告对接受CAR-T细胞治疗的患者的严重细菌感染的诊断提出了警告,并描述了联合治疗在严重患者中的成功。
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