{"title":"UM RECORTE EPIDEMIOLÓGICO DA COBERTURA VACINAL DA POLIOMIELITE NO NORDESTE DO BRASIL DE 2012 A 2022","authors":"Milena Alves Barboza, Nathalia Viviane Araújo Pinheiro, Yasmin Evlem Domingos Souza, Guilherme de Andrade Ruela","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103109","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A vacinação é a medida mais efetiva no controle e erradicação de doenças infectocontagiosas em todo o mundo e tem impacto expressivo no controle da mortalidade infantil. Apesar da efetividade da vacina no combate à poliomielite, a cobertura vacinal está em queda, em particular na última década no País. Analisar a tendência da cobertura vacinal (CV) da poliomielite nas regiões do nordeste no período delimitado. Estudo ecológico de caráter descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI/DATASUS), referentes a CV da poliomielite na região nordeste do Brasil no período de 2012 a 2022, sendo incluído no estudo, as três doses da poliomielite e os reforços, o primeiro aos quinze meses de idade e o segundo com quatro anos de idade. Foi constatado a média de 73,97% da CV no Nordeste, o patamar preconizado pelo Ministério da Saúde é de 95%. Quando se compara os valores anuais de todas as doses aplicadas, incluindo os reforços, torna-se ainda mais evidente o decaimento, visto que no período de 2012 e 2013 foram observados respectivamente 95,63% e 97,07% da CV, em contrapartida, a partir de 2016 observa-se uma redução considerável em que a CV foi 75,27%, decrescendo ao longo dos anos e em 2021 a CV apresentou o valor mais alarmante de 55,58%. Também ocorreu uma redução considerável em relação a aplicação das doses de reforço no período analisado, sendo a primeira dose de reforço com 73,38% de cobertura e a segunda dose de reforço com 53,03%. Valores anuais da primeira dose de reforço destacam-se com menor valor da CV do ano de 2021 com 53,90%, e o reforço aos quatro anos de idade não houve registro entre 2012 e 2016, a partir de 2017 foram registrados a CV e constata-se que os valores se mantiveram abaixo do preconizado pelo MS e novamente o ano de 2021 obteve destaque negativo com 44,60%. Observa-se também diferenças consideráveis da CV quando compara os estados do nordeste, visto que o Maranhão se destaca com menor índice, 65,56%. O Nordeste destaca-se negativamente em comparação ao sul, que obteve o melhor índice no período delimitado, cujo valor foi de 84,31% da CV. A região nordeste apresenta uma redução no índice de vacinação entre o período de 2012 a 2022 com valores preocupantes para a saúde pública. Além disso, é notável o impacto negativo da pandemia sobre a cobertura vacinal a partir de 2020.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"91 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103109","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A vacinação é a medida mais efetiva no controle e erradicação de doenças infectocontagiosas em todo o mundo e tem impacto expressivo no controle da mortalidade infantil. Apesar da efetividade da vacina no combate à poliomielite, a cobertura vacinal está em queda, em particular na última década no País. Analisar a tendência da cobertura vacinal (CV) da poliomielite nas regiões do nordeste no período delimitado. Estudo ecológico de caráter descritivo e com abordagem quantitativa, realizado com dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI/DATASUS), referentes a CV da poliomielite na região nordeste do Brasil no período de 2012 a 2022, sendo incluído no estudo, as três doses da poliomielite e os reforços, o primeiro aos quinze meses de idade e o segundo com quatro anos de idade. Foi constatado a média de 73,97% da CV no Nordeste, o patamar preconizado pelo Ministério da Saúde é de 95%. Quando se compara os valores anuais de todas as doses aplicadas, incluindo os reforços, torna-se ainda mais evidente o decaimento, visto que no período de 2012 e 2013 foram observados respectivamente 95,63% e 97,07% da CV, em contrapartida, a partir de 2016 observa-se uma redução considerável em que a CV foi 75,27%, decrescendo ao longo dos anos e em 2021 a CV apresentou o valor mais alarmante de 55,58%. Também ocorreu uma redução considerável em relação a aplicação das doses de reforço no período analisado, sendo a primeira dose de reforço com 73,38% de cobertura e a segunda dose de reforço com 53,03%. Valores anuais da primeira dose de reforço destacam-se com menor valor da CV do ano de 2021 com 53,90%, e o reforço aos quatro anos de idade não houve registro entre 2012 e 2016, a partir de 2017 foram registrados a CV e constata-se que os valores se mantiveram abaixo do preconizado pelo MS e novamente o ano de 2021 obteve destaque negativo com 44,60%. Observa-se também diferenças consideráveis da CV quando compara os estados do nordeste, visto que o Maranhão se destaca com menor índice, 65,56%. O Nordeste destaca-se negativamente em comparação ao sul, que obteve o melhor índice no período delimitado, cujo valor foi de 84,31% da CV. A região nordeste apresenta uma redução no índice de vacinação entre o período de 2012 a 2022 com valores preocupantes para a saúde pública. Além disso, é notável o impacto negativo da pandemia sobre a cobertura vacinal a partir de 2020.