Thaysa Carolina Gonçalves Silva, Amanda Gabriela da Silva, Marisa Kele da Silva, Caroline Louise Diniz Pereira
{"title":"MORTALIDADE POR ESQUISTOSSOMOSE MANSONI NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2018 E 2022","authors":"Thaysa Carolina Gonçalves Silva, Amanda Gabriela da Silva, Marisa Kele da Silva, Caroline Louise Diniz Pereira","doi":"10.1016/j.bjid.2023.103557","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária negligenciada de interesse para a saúde pública no Brasil, pois afeta principalmente populações mais vulneráveis e causa significativa mortalidade, principalmente na região Nordeste do Brasil. Assim, este estudo buscou analisar aspectos epidemiológicos e os padrões espaço-temporais associados à mortalidade por esquistossomose mansoni no Nordeste do Brasil, entre 2018 a 2022. Foi realizada uma análise espaço-temporal com os dados secundários obtidos da plataforma de domínio público do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/DATASUS/MS). Verificou-se todos os óbitos ocorridos na região Nordeste do Brasil entre os anos de 2018 a 2022, nos quais a esquistossomose foi mencionada como causa de morte. Além disso, variáveis clínico-epidemiológicas foram descritas. No período do estudo 15.098 indivíduos foram notificados com esquistossomose, destes, 24,4% (n=3.677/15.098) ocorreram na região Nordeste do Brasil. Quanto à distribuição de casos por estado na referida região, verificou-se que a Bahia teve o maior número de notificações (n=1361/3677; 37,0%). Durante o período de estudo, a frequência de óbitos por esquistossomose apresentou 371 (2,5%) casos no país. Diante desses resultados, nota-se uma tendência decrescente na mortalidade relacionada à esquistossomose, todavia, os padrões variam entre regiões, particularmente no Nordeste onde houve 289 (77,9%) óbitos associados à doença. Verificou-se que os óbitos ocorridos no Nordeste associados à esquistossomose foram mais comuns no público feminino (n = 149/289; 51,6%) e acomete mais indivíduos na faixa etária de 40 a 59 anos em ambos os gêneros (n = 85/289; 29,4%). A partir da análise das formas clínicas observou-se que manifestações envolvendo o fígado e órgãos esplênicos estiveram mais relacionadas à mortalidade da esquistossomose (n = 107/289; 37,0%). Diante dos resultados, foi possível concluir que a esquistossomose continua sendo uma doença de relevância para a saúde pública na região do Nordeste, onde a doença é mais prevalente e houve um número expressivo de óbitos, principalmente na faixa etária de trabalhadores ativos (40 a 59 anos). Esses resultados destacam a importância da detecção precoce e do tratamento adequado, assim como, investimentos em políticas de saúde pública voltadas para o controle e prevenção da esquistossomose, essenciais para redução da mortalidade.","PeriodicalId":22315,"journal":{"name":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","volume":"54 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"The Brazilian Journal of Infectious Diseases","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1016/j.bjid.2023.103557","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária negligenciada de interesse para a saúde pública no Brasil, pois afeta principalmente populações mais vulneráveis e causa significativa mortalidade, principalmente na região Nordeste do Brasil. Assim, este estudo buscou analisar aspectos epidemiológicos e os padrões espaço-temporais associados à mortalidade por esquistossomose mansoni no Nordeste do Brasil, entre 2018 a 2022. Foi realizada uma análise espaço-temporal com os dados secundários obtidos da plataforma de domínio público do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/DATASUS/MS). Verificou-se todos os óbitos ocorridos na região Nordeste do Brasil entre os anos de 2018 a 2022, nos quais a esquistossomose foi mencionada como causa de morte. Além disso, variáveis clínico-epidemiológicas foram descritas. No período do estudo 15.098 indivíduos foram notificados com esquistossomose, destes, 24,4% (n=3.677/15.098) ocorreram na região Nordeste do Brasil. Quanto à distribuição de casos por estado na referida região, verificou-se que a Bahia teve o maior número de notificações (n=1361/3677; 37,0%). Durante o período de estudo, a frequência de óbitos por esquistossomose apresentou 371 (2,5%) casos no país. Diante desses resultados, nota-se uma tendência decrescente na mortalidade relacionada à esquistossomose, todavia, os padrões variam entre regiões, particularmente no Nordeste onde houve 289 (77,9%) óbitos associados à doença. Verificou-se que os óbitos ocorridos no Nordeste associados à esquistossomose foram mais comuns no público feminino (n = 149/289; 51,6%) e acomete mais indivíduos na faixa etária de 40 a 59 anos em ambos os gêneros (n = 85/289; 29,4%). A partir da análise das formas clínicas observou-se que manifestações envolvendo o fígado e órgãos esplênicos estiveram mais relacionadas à mortalidade da esquistossomose (n = 107/289; 37,0%). Diante dos resultados, foi possível concluir que a esquistossomose continua sendo uma doença de relevância para a saúde pública na região do Nordeste, onde a doença é mais prevalente e houve um número expressivo de óbitos, principalmente na faixa etária de trabalhadores ativos (40 a 59 anos). Esses resultados destacam a importância da detecção precoce e do tratamento adequado, assim como, investimentos em políticas de saúde pública voltadas para o controle e prevenção da esquistossomose, essenciais para redução da mortalidade.