ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A COBERTURA VEGETAL DA AMAZÔNIA E O NÚMERO DE CASOS DE MALÁRIA NO NORTE, NORDESTE E CENTRO-OESTE DO BRASIL ENTRE 2010 E 2018

Luísa Mayan Ventin Covre, Gabriela Barreto Espinheira, Bruna Ribeiro Nery, Ianne Acássia Rapôso Duarte Costa, Maria Tereza de Sá Sarmento, Daniel Costa Cordeiro, Maria Eduarda Trindade Guimarães Magalhães, Marlon Borges do Nascimento Júnior, Maria Eduarda Nogueira Conti Burgos, Mayane Macedo Pereira dos Santos
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Abstract

Os surtos de zoonoses resultam de questões socioeconômicas e ecológicas, como a diminuição da cobertura vegetal. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010 a 2018, um dos biomas mais degradados foi a Amazônia. Assim, é possível que a alteração na vegetação local possa impactar na morbidade por zoonoses, inclusive pela malária, nas regiões próximas ao bioma. O trabalho visa comparar a progressão da perda da cobertura vegetal amazônica com o número de casos e internações por malária, de 2010 a 2018 nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, com dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/SUS) e do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS), disponíveis na plataforma DATASUS. As variáveis utilizadas foram número de casos e internações por malária nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de 2010 a 2018. Os dados relacionados à perda da cobertura vegetal na Amazônia foram retirados do IBGE. No período de 2010 a 2018 houve uma redução de 75.562 km2 de vegetação florestal, representando redução de 2,3% de área. Nesse mesmo período, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, houve uma diminuição de 61% nas internações por malária entre 2010 (5259) e 2018 (2049). Destaca-se que o menor valor de internações ocorreu em 2015 (1647), enquanto o maior foi em 2010. Quanto aos casos confirmados, houve 745 casos em 2010 e 347 casos em 2018, representando uma redução de 53%. O ano de 2010 foi o com maior número de casos, enquanto o ano de menor número foi 2016, com 162. Percebe-se também um novo aumento de casos entre 2016 e 2018, de 114%. Houve uma diminuição do número de casos e internações por malária de 2010 a 2016 nas regiões estudadas, acompanhando a redução global da incidência da zoonose, apesar da progressão da perda da cobertura vegetal amazônica. Essa redução possivelmente se deu pelo maior estímulo a prevenção da doença com aumento do número de testes rápidos e distribuição de mosquiteiros com inseticidas, e tais medidas podem ter efeitos benéficos que se sobressaíram aos danosos da degradação ambiental. Ademais, o aumento do número de casos a partir de 2016 pode estar associado ao afrouxamento das medidas preventivas. Assim, percebe-se a importância de reforçar políticas públicas de continuidade do controle e da prevenção da doença, bem como de proteção ambiental.
2010 至 2018 年间亚马逊植被覆盖率与巴西北部、东北部和中西部疟疾病例数量的比较研究
人畜共患病的爆发是社会经济和生态问题的结果,如植被覆盖减少。根据巴西地理和统计研究所(IBGE)的数据,从2010年到2018年,亚马逊是退化最严重的生物群落之一。因此,当地植被的变化可能会影响生物群落附近地区的人畜共患病发病率,包括疟疾。这项研究的目的是比较2010年至2018年亚马逊森林覆盖损失的进展与北部、东北部和中西部地区疟疾病例和住院病例的数量。这是一项横断面、回顾性和描述性研究,二级数据来自应报疾病信息系统(思南/SUS)和医院信息系统(SIH/SUS),可在DATASUS平台上获得。使用的变量是2010年至2018年北部、东北部和中西部地区疟疾病例和住院人数。与亚马逊地区植被覆盖损失有关的数据来自IBGE。2010 - 2018年期间,森林植被减少75,562平方公里,面积减少2.3%。在同一时期,在北部、东北部和中西部地区,2010年(5259人)至2018年(2049人)期间,疟疾住院人数下降了61%。值得注意的是,住院人数最低的是2015年(1647人),而最高的是2010年。在确诊病例中,2010年为745例,2018年为347例,减少53%。2010年是病例最多的一年,2016年是病例最少的一年,有162例。我们还注意到,2016年至2018年间,病例数量进一步增加了114%。2010年至2016年期间,研究区域的疟疾病例和住院人数有所下降,尽管亚马逊植被覆盖的损失有所增加,但人畜共患病发病率总体下降。这种减少可能是由于增加了快速检测和分发含杀虫剂的蚊帐的数量,从而最大限度地促进了疾病的预防,这些措施可能产生有益的影响,而不是环境退化的有害影响。此外,自2016年以来病例数量的增加可能与预防措施的放松有关。因此,我们认识到加强持续控制和预防疾病以及环境保护的公共政策的重要性。
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