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Abstract
Diante da emergência de saúde pública ocasionada pela Covid-19 que instaurou crises sanitárias e humanitárias, uma consequência inferente é o aumento da incidência do luto pela perda parental, que pode deixar de seguir o curso tido como “normal” e se estabelecer como “persistente” diante do inusitado cenário pandêmico. O objetivo deste estudo foi identificar em um grupo de internautas brasileiros as evidências do estado de enlutamento complicado atribuído ao óbito pelas sequelas do coronavírus. Com base no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, um questionário estruturado, contendo seis perguntas objetivas foi elaborado e aplicado em ambiente virtual criado especificamente para discussões sobre o processo de morte e o morrer pela Covid-19. Participaram da pesquisa Survey 234 pessoas que se reconheciam como enlutadas, destas, 50,4% vivenciam o luto há mais de um ano; 64,1% entendem que o luto não ameniza com o tempo; 73,% não consideram a retomada da qualidade de vida; 21,4% sentem que a sociedade compreende seus pesares; 60,7% não têm acesso a algum tipo de terapia; e 85,7% reconhecem a internet como a mais eficaz rede de apoio por estarem com seus pares. Conclui-se que, no grupo pesquisado, parcela substancial desenhou o perfil do Luto Complicado e a outra fração segue traçando as mesmas linhas de evidências, o que sugere a necessidade de cuidados integrais, tendo em vista a efetividade da promoção da saúde mental e a concretização da prevenção de agravos.