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Abstract
Vasta é a literatura sobre a primeira grande intervenção urbanística realizada na cidade do Rio de Janeiro. Recentemente diversos intelectuais têm se debruçado sobre a centralidade da questão racial para a produção do espaço urbano entendendo que as intervenções urbanísticas, tal como o pensamento geográfico do início do século XX, não estão isentas de racialização. Seguindo tais perspectivas, este artigo pretende abordar a biopolítica como ferramenta de análise do espaço urbano, refletindo sobre como os dispositivos do “poder de polícia” e “racismo de estado” operaram na tentativa de branquear a cidade do Rio de Janeiro. Remoção de habitações populares, posturas municipais restringindo a circulação de grupos indesejáveis e o policiamento na área central não foram suficientes para apagar as Geografias Negras da cidade do passado. Ao inaugurar a modernidade carioca da “Paris tropical” esta nova tecnologia de “fazer viver e deixar morrer” consolida outras territorialidades negras reconhecidas como Pequena(s) África(s).