{"title":"Teoria crítica e evolução social (i): sobre a origem e relevância do conceito de aprendizagem social na obra habermasiana da década de 1970","authors":"Wescley Fernandes Araujo Freire","doi":"10.31977/grirfi.v23i3.3487","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo principal apresentar a origem e relevância teórica do conceito de aprendizagem social para o modelo habermasiano de Teoria Crítica, inicialmente a partir da obra Problemas de legitimação no capitalismo tardio (1973), assumido como categoria articuladora do liame entre a teoria da evolução social e a teoria da sociedade desenvolvidas pelo autor na obra Para a reconstrução do materialismo histórico (1976). Partindo da introdução do conceito científico-social de crise, Habermas esboça os pressupostos da teoria da evolução social ancorada na aprendizagem social, que articula os conceitos de lógica de desenvolvimento e dinâmica do desenvolvimento para explicar a emergência dos princípios de organização que, por sua vez, determinam os limites da capacidade de aprendizagem de uma sociedade, especialmente do ponto de vista do surgimento de novas estruturas normativas, representando um momento decisivo da integração social pós-convencional. Fundamentalmente, discuto o problema da institucionalização dos processos de aprendizagem nas sociedades do capitalismo tardio, onde prevalecem os imperativos sistêmicos da burocracia e da economia reguladores da complexidade do sistema social, cuja consequência consiste na dificuldade de conceber a esfera pública como lugar da aprendizagem social orientada pelo procedimento discursivo de fundamentação normativa tradutora de interesses generalizáveis. Em Problemas de legitimação no capitalismo tardio, Habermas não apenas articula pela primeira vez os conceitos de sistema e mundo da vida, mas igualmente principia as críticas à tese fundamental e o argumento central vinculados à reconstrução do materialismo histórico como teoria da evolução social em Para a reconstrução do materialismo histórico.","PeriodicalId":55907,"journal":{"name":"Griot-Revista de Filosofia","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-10-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Griot-Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.31977/grirfi.v23i3.3487","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"PHILOSOPHY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo tem como objetivo principal apresentar a origem e relevância teórica do conceito de aprendizagem social para o modelo habermasiano de Teoria Crítica, inicialmente a partir da obra Problemas de legitimação no capitalismo tardio (1973), assumido como categoria articuladora do liame entre a teoria da evolução social e a teoria da sociedade desenvolvidas pelo autor na obra Para a reconstrução do materialismo histórico (1976). Partindo da introdução do conceito científico-social de crise, Habermas esboça os pressupostos da teoria da evolução social ancorada na aprendizagem social, que articula os conceitos de lógica de desenvolvimento e dinâmica do desenvolvimento para explicar a emergência dos princípios de organização que, por sua vez, determinam os limites da capacidade de aprendizagem de uma sociedade, especialmente do ponto de vista do surgimento de novas estruturas normativas, representando um momento decisivo da integração social pós-convencional. Fundamentalmente, discuto o problema da institucionalização dos processos de aprendizagem nas sociedades do capitalismo tardio, onde prevalecem os imperativos sistêmicos da burocracia e da economia reguladores da complexidade do sistema social, cuja consequência consiste na dificuldade de conceber a esfera pública como lugar da aprendizagem social orientada pelo procedimento discursivo de fundamentação normativa tradutora de interesses generalizáveis. Em Problemas de legitimação no capitalismo tardio, Habermas não apenas articula pela primeira vez os conceitos de sistema e mundo da vida, mas igualmente principia as críticas à tese fundamental e o argumento central vinculados à reconstrução do materialismo histórico como teoria da evolução social em Para a reconstrução do materialismo histórico.