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Abstract
O artigo propõe uma comparação entre as pesquisas de Michel Foucault e de Wendy Brown a partir das críticas e das complementariedades propostas pela pensadora norte-americana derivadas de sua leitura de Nascimento da biopolítica. Inicialmente, a explicação sobre o modo como Foucault escreve suas pesquisas históricas no contexto da sua crítica ao humanismo tem a função de auxiliar a compreensão das diferenças nos papeis intelectuais adotados. A recusa da história dialética aparece ligada, então, às críticas a figura do intelectual universal supostamente capaz de revelar um destino antropológico. É, justamente, no desenvolvimento de um modo arqueológico e genealógico de fazer história que a análise de processos de subjetivação ganha sentido para Foucault. Assim, a interpretação crítica de Brown é contextualizada em relação a metodologia foucaultiana. Além da leitura de Brown da análise foucaultiana dos processos de subjetivação neoliberais, no desenvolvimento do artigo, são analisados os argumentos próprios da autora sobre os impactos da racionalidade neoliberal nas forças políticas do presente. Por fim, busca-se apontar os ganhos e os perigos das duas perspectivas em relação ao papel intelectual que sustentam.