DESMITIFICANDO A HALITOSE

Abstract

A halitose apresenta um impacto social negativo e provoca desconforto aos indivíduos, de tal maneira a afetar a qualidade de vida e a autoconfiança, sendo, por isso, um dos principais motivos de procura a atendimento odontológico. Na maior parte dos casos, sua etiologia tem origem intrabucal, principalmente em decorrência do metabolismo microbiano no dorso lingual e das doenças periodontais. Este trabalho teve como objetivo a realização de uma revisão de literatura sobre halitose, abrangendo informações relacionadas à sua etiopatogenia, ao seu diagnóstico e ao seu tratamento. A coleta de dados foi feita nas bases de dados virtuais PubMed, Scielo e Google Acadêmico, com a busca das palavras-chave: “halitose”, “etiologia”, “saburra lingual”, “língua” e “doenças periodontais”, utilizando publicações em língua portuguesa, inglesa e espanhola, sem limite definido de ano de publicação. Foram utilizados 84 artigos, publicados entre os anos 1939 e 2021, levantando informações relevantes para a construção do texto. A halitose é resultado da degradação de substratos proteicos pelos microrganismos da cavidade bucal. Como produto dessa degradação são formados os compostos sulfurados voláteis, grupo de componentes químicos responsável pela halitose. As doenças periodontais possuem forte relação com a ocorrência da halitose, e é sabido que a intensidade do odor é diretamente proporcional à severidade da doença e que os portadores de doenças periodontais possuem maior quantidade de saburra lingual se comparados aos indivíduos periodontalmente saudáveis. O terço posterior do dorso da língua pode ser considerado a principal fonte da halitose, devido à sua anatomia, que apresenta superfície irregular, fissuras e papilas capazes de reter substratos. Anteriormente à busca de um profissional para diagnosticar e tratar a halitose, é possível que o paciente tenha procurado um profissional baseado na percepção de pessoas do seu convívio ou, até mesmo pela autoavaliação do hálito. O tratamento da halitose varia de acordo com a necessidade e com o diagnóstico relacionado à origem do mau hálito; no entanto, para todos os pacientes devem ser feitos esclarecimentos específicos e orientação de higiene bucal individualizada para cada caso.