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Abstract
Catálogos, artigos e teses avaliam que a criação do Museu de Solidariedade Salvador Allende/MSSA, localizado em Santiago do Chile, ocorreu devido à solidariedade de artistas, críticos, e historiadores que contribuíram para o envio de obras de arte à capital chilena em apoio ao governo socialista de Salvador Allende (1970/1973). A leitura da correspondência de Mário Pedrosa, durante seu exílio no Chile, naquele período, sugere, entretanto, que a obtenção das obras no exterior, não só dependeu da autoridade que o crítico desfrutava nos meios artísticos internacionais como do enfrentamento de dificuldades e obstáculos políticos e institucionais. A documentação guardada no arquivo do MSSA, inclui as missivas de Pedrosa para Miró, Calder, Argan, Penrose, Brett, Szemann, Amaral, Ashton, Hélio Oiticica, Antônio Dias, entre muito outros. Através de intensa correspondência, Pedrosa impulsionou uma rede de sociabilidade, volumosa, diversa e heterogênea, espalhada por diversos países, cuja movimentação não ocorria sem incompletudes, acasos, surpresas e contingências. Argumento que a solidariedade expressa nas obras enviadas para a criação do acervo do MSSA resultou de uma negociação rara no mundo artístico, faceta original das relações entre arte e política que deu corpo à instituição.