{"title":"ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA NO CEARÁ: ESPAÇOS DE RESISTÊNCIA DO CAMPESINATO","authors":"Aldiva Sales Diniz","doi":"10.35701/rcgs.v25.963","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar os Assentamentos de Reforma Agrária, frutos da luta pela terra e como estes se constituem como território da resistência dos camponeses. A luta pela terra não é somente uma forma de expor a situação de exclusão do camponês, mas um modo de resistência aos processos de expropriação e exclusão do acesso à terra. É evidente que não basta somente a conquista da terra, mas os camponeses podem usá-la como base de uma luta que venha desarticular a acumulação capitalista, refletida na própria concentração fundiária. A conquista da terra, na instalação do assentamento, significa a continuidade da luta pois, com a sua conquista as lutas não terminam, desdobram-se em outras. Podemos afirmar que os assentamentos são espaços da resistência, onde se organiza o território da expansão da agricultura camponesa, baseada no trabalho da família. Neles, estão sendo semeadas a utopia camponesa, o acesso à terra, a liberdade de trabalhar, bem como, a necessidade da reprodução da família, que se resume na conquista da terra. Isso é uma particularidade do camponês enquanto identidade: para ele não se pensa a terra sem se pensar a família e o trabalho. O trabalho, a família e a terra são valores que remetem a uma moral e, ao mesmo tempo, são categorias indissociáveis.","PeriodicalId":34083,"journal":{"name":"Revista da Casa da Geografia de Sobral","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista da Casa da Geografia de Sobral","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.35701/rcgs.v25.963","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O objetivo deste artigo é analisar os Assentamentos de Reforma Agrária, frutos da luta pela terra e como estes se constituem como território da resistência dos camponeses. A luta pela terra não é somente uma forma de expor a situação de exclusão do camponês, mas um modo de resistência aos processos de expropriação e exclusão do acesso à terra. É evidente que não basta somente a conquista da terra, mas os camponeses podem usá-la como base de uma luta que venha desarticular a acumulação capitalista, refletida na própria concentração fundiária. A conquista da terra, na instalação do assentamento, significa a continuidade da luta pois, com a sua conquista as lutas não terminam, desdobram-se em outras. Podemos afirmar que os assentamentos são espaços da resistência, onde se organiza o território da expansão da agricultura camponesa, baseada no trabalho da família. Neles, estão sendo semeadas a utopia camponesa, o acesso à terra, a liberdade de trabalhar, bem como, a necessidade da reprodução da família, que se resume na conquista da terra. Isso é uma particularidade do camponês enquanto identidade: para ele não se pensa a terra sem se pensar a família e o trabalho. O trabalho, a família e a terra são valores que remetem a uma moral e, ao mesmo tempo, são categorias indissociáveis.