Pamella Thaís Magalhães Ferreira, Jussara Jéssica Pereira, Flávia Luciana Naves
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 Enquadramento teórico: O rompimento da barragem da Samarco é caracterizado como um crime corporativo (Medeiros; Silveira; Oliveira, 2018), assim, esse é o nosso principal enquadramento teórico. Ao mesmo tempo, num contexto tão conflituoso, o discurso tem papel central, por isso, utilizamos como referencial teórico e metodológico a Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough.
 Metodologia: O presente trabalho utilizou como técnicas de coleta de informações a pesquisa bibliográfica e documental. As análises foram dadas a partir da Análise Crítica do Discurso do TTAC, abordando especificamente a representação dos atores sociais no referido documento.
 Resultados: A representação dos atores sociais no TTAC legitima e sobrepõe os interesses da corporação aos interesses sociais, apaga as vítimas de seu lócus discursivo, levando a continuidade do domínio corporativo sobre o caso. Assim, a representação dos atores sociais no TTAC perpetua os fatores sociais que dão permissividade à ocorrência dos crimes corporativos.
 Originalidade: Estudos sobre crimes corporativos tem enfatizado os efeitos negativos das ações corporativas. Contudo, observa-se um menor engajamento da literatura sobre os processos discursivos que envolvem os contextos desses crimes. Dessa forma, este artigo contribui com a elucidação desses processos discursivos, pois, o discurso corporativo de enfrentamento da crise ou instabilidade é parte de um processo de gerenciamento das impressões sobre a corporação, para criar e manter recursos de poder (Medeiros; Silveira; Oliveira, 2018)
 Contribuições teóricas e práticas: Ao analisar o discurso como uma prática social contribui com a elucidação de estratégias utilizadas pelas corporações diante de um crime corporativo para manter seu poder hegemônico e ideológico na sociedade.","PeriodicalId":42150,"journal":{"name":"Administracao Publica e Gestao Social","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2023-10-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Administracao Publica e Gestao Social","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.21118/apgs.v15i4.14556","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"PUBLIC ADMINISTRATION","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Objetivo da pesquisa: Compreender como a representação dos atores sociais no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) do caso do rompimento da barragem de Samarco, em 2015, interfere no enfrentamento desse crime corporativo e influencia a ocorrência de outros similares.
Enquadramento teórico: O rompimento da barragem da Samarco é caracterizado como um crime corporativo (Medeiros; Silveira; Oliveira, 2018), assim, esse é o nosso principal enquadramento teórico. Ao mesmo tempo, num contexto tão conflituoso, o discurso tem papel central, por isso, utilizamos como referencial teórico e metodológico a Análise Crítica do Discurso de Norman Fairclough.
Metodologia: O presente trabalho utilizou como técnicas de coleta de informações a pesquisa bibliográfica e documental. As análises foram dadas a partir da Análise Crítica do Discurso do TTAC, abordando especificamente a representação dos atores sociais no referido documento.
Resultados: A representação dos atores sociais no TTAC legitima e sobrepõe os interesses da corporação aos interesses sociais, apaga as vítimas de seu lócus discursivo, levando a continuidade do domínio corporativo sobre o caso. Assim, a representação dos atores sociais no TTAC perpetua os fatores sociais que dão permissividade à ocorrência dos crimes corporativos.
Originalidade: Estudos sobre crimes corporativos tem enfatizado os efeitos negativos das ações corporativas. Contudo, observa-se um menor engajamento da literatura sobre os processos discursivos que envolvem os contextos desses crimes. Dessa forma, este artigo contribui com a elucidação desses processos discursivos, pois, o discurso corporativo de enfrentamento da crise ou instabilidade é parte de um processo de gerenciamento das impressões sobre a corporação, para criar e manter recursos de poder (Medeiros; Silveira; Oliveira, 2018)
Contribuições teóricas e práticas: Ao analisar o discurso como uma prática social contribui com a elucidação de estratégias utilizadas pelas corporações diante de um crime corporativo para manter seu poder hegemônico e ideológico na sociedade.