{"title":"CENTRO, PERIFERIA OU SEMIPERIFERIA NAS CADEIAS GLOBAIS DE VALOR? AS POSIÇÕES DO BRASIL E DA CHINA NA ECONOMIA-MUNDO CONTEMPORÂNEA (2005-2015)","authors":"Gabriela Tamiris Rosa Corrêa","doi":"10.36311/2237-7743.2023.v12n1.p61-90","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"De que forma a inserção de Brasil e China na divisão internacional do trabalho (DIT) expressa e condiciona os seus respectivos posicionamentos na economia-mundo contemporânea? O objetivo deste trabalho é verificar como a agregação de valor no comércio de bens e serviços de Brasil e China nas cadeias globais de valor (CGV), entre 2005 e 2015, se relaciona com suas respectivas disposições na economia-mundo contemporânea (centro, periferia ou semiperiferia). Para atender a este objetivo, definimos uma amostra de países para cada estrato da economia-mundo, a partir da classificação pela renda nacional bruta per capita do Banco Mundial (2020). Posteriormente, analisamos, comparativamente, a inserção de Brasil e China nas CGV entre 2005 e 2015 e, então, mensuramos os dados sobre o comércio de valor agregado disponíveis no portal Trade In Value-Add (OCDE/OMC) para os três estratos da economia-mundo capitalista. Encontramos que os valores do comércio de valor agregado chinês se assemelham mais aos padrões centrais nos últimos anos, enquanto os brasileiros têm se assemelhado, cada vez mais, aos periféricos. Portanto, apesar de Brasil e China ainda pertencerem ao estrato semiperiférico do sistema-mundo, em partes devido aos padrões de renda semelhantes, o Estado asiático encontra-se mais próximo do centro capitalista do que o Brasil, denotando a continuidade de suas políticas domésticas para o desenvolvimento nacional e para o upgrading nas CGV. Observamos, assim, um processo de bifurcação na semiperiferia da economia-mundo capitalista, onde a China tem se diferenciado positivamente na divisão internacional do trabalho em relação às suas contrapartes semiperiféricas.","PeriodicalId":37936,"journal":{"name":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","volume":"116 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Austral: Brazilian Journal of Strategy and International Relations","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36311/2237-7743.2023.v12n1.p61-90","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Social Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
De que forma a inserção de Brasil e China na divisão internacional do trabalho (DIT) expressa e condiciona os seus respectivos posicionamentos na economia-mundo contemporânea? O objetivo deste trabalho é verificar como a agregação de valor no comércio de bens e serviços de Brasil e China nas cadeias globais de valor (CGV), entre 2005 e 2015, se relaciona com suas respectivas disposições na economia-mundo contemporânea (centro, periferia ou semiperiferia). Para atender a este objetivo, definimos uma amostra de países para cada estrato da economia-mundo, a partir da classificação pela renda nacional bruta per capita do Banco Mundial (2020). Posteriormente, analisamos, comparativamente, a inserção de Brasil e China nas CGV entre 2005 e 2015 e, então, mensuramos os dados sobre o comércio de valor agregado disponíveis no portal Trade In Value-Add (OCDE/OMC) para os três estratos da economia-mundo capitalista. Encontramos que os valores do comércio de valor agregado chinês se assemelham mais aos padrões centrais nos últimos anos, enquanto os brasileiros têm se assemelhado, cada vez mais, aos periféricos. Portanto, apesar de Brasil e China ainda pertencerem ao estrato semiperiférico do sistema-mundo, em partes devido aos padrões de renda semelhantes, o Estado asiático encontra-se mais próximo do centro capitalista do que o Brasil, denotando a continuidade de suas políticas domésticas para o desenvolvimento nacional e para o upgrading nas CGV. Observamos, assim, um processo de bifurcação na semiperiferia da economia-mundo capitalista, onde a China tem se diferenciado positivamente na divisão internacional do trabalho em relação às suas contrapartes semiperiféricas.
期刊介绍:
AUSTRAL: Brazilian Journal of Strategy and International Relations was the first Brazilian journal in the area of International Relations to be fully published in English (2012). It is an essentially academic vehicle, linked to the Brazilian Centre of Strategy & International Relations (NERINT) and the Doctoral Program in International Strategic Studies (PPGEEI) of the Faculty of Economics (FCE) of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Its pluralist focus aims to contribute to the debate on the international political and economic order from the perspective of the developing world. The journal publishes original articles in the area of Strategy and International Relations, with special interest in issues related to developing countries and South-South Cooperation – its security problems; the political, economic and diplomatic developments of emerging countries; and their relations with the traditional powers. AUSTRAL is published semi-annually in English and Portuguese. The journal’s target audience consists of researchers, experts, diplomats, military personnel and graduate students of International Relations. The content of the journal consists of in-depth analytical articles written by experts (Professors and Doctors), focusing on each of the great continents of the South: Asia, Latin America and Africa. Thus, the debate and diffusion of knowledge produced in these regions is stimulated. All contributions submitted to AUSTRAL are subject to rigorous scientific evaluation.