Júlio Valentim Betioli, Gislaine Maria Fontanetti Bortolotti, André Gustavo Mazzini Bufon
{"title":"Situação epidemiológica da febre maculosa brasileira no entorno do município de Araras – SP","authors":"Júlio Valentim Betioli, Gislaine Maria Fontanetti Bortolotti, André Gustavo Mazzini Bufon","doi":"10.55660/revfho.v10i1.205","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este estudo tem como objetivo descrever e analisar a situação epidemiológica da Febre Maculosa Brasileira no município de Araras e seu entorno (até 50 km) e no estado de São Paulo, no qual há duas áreas endêmicas da doença: Campinas, próxima a Araras, e São José dos Campos (Rodovia Dutra). Por conta de sua alta letalidade, de até 85% se não tratada, a Febre Maculosa Brasileira (FMB) deve ser notificada aos órgãos de saúde municipal, estadual e federal. Em São Paulo, há duas espécies de carrapato de importância epidemiológica: Amblyomma aureolatum, na região metropolitana de São Paulo, adaptado à Mata Atlântica preservada, e Amblyomma sculptum¸ no interior do estado, em virtude da presença de vegetação média à densa, incluindo pastos “sujos”, capoeiras e matas, em especial as ciliares. Capivaras, equinos e animais domésticos ajudam a propagar a doença. Por intermédio da Secretaria de Saúde de São Paulo, Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, foram obtidos dados epidemiológicos da FMB até outubro de 2020 de Araras e dos 21 municípios que estão distantes 50 km dela. No período considerado, houve 160 casos autóctones da FMB no entorno de Araras, dos quais 57 curados. Portanto, a taxa de letalidade registrada foi de 64,4%, enquanto no estado foi 54,6% de cura, pois foram registrados 798 casos com 436 óbitos. O município de Araras registrou 22 casos autóctones, dos quais 10 foram curados (54,5%), e estes perfazem 2,8% dos casos confirmados do estado. Conclui-se que os dados epidemiológicos registrados estão em expansão, decorrentes da notificação obrigatória. Além disso, os municípios, incluindo Araras, estão em uma das áreas de expansão da doença, cuja alta letalidade requer atenção máxima das prefeituras e interações entre suas diversas secretarias, coordenadas pela da Saúde, para mitigar a letalidade.","PeriodicalId":117340,"journal":{"name":"Revista Científica da FHO|Uniararas","volume":"76 3","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Científica da FHO|Uniararas","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.55660/revfho.v10i1.205","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este estudo tem como objetivo descrever e analisar a situação epidemiológica da Febre Maculosa Brasileira no município de Araras e seu entorno (até 50 km) e no estado de São Paulo, no qual há duas áreas endêmicas da doença: Campinas, próxima a Araras, e São José dos Campos (Rodovia Dutra). Por conta de sua alta letalidade, de até 85% se não tratada, a Febre Maculosa Brasileira (FMB) deve ser notificada aos órgãos de saúde municipal, estadual e federal. Em São Paulo, há duas espécies de carrapato de importância epidemiológica: Amblyomma aureolatum, na região metropolitana de São Paulo, adaptado à Mata Atlântica preservada, e Amblyomma sculptum¸ no interior do estado, em virtude da presença de vegetação média à densa, incluindo pastos “sujos”, capoeiras e matas, em especial as ciliares. Capivaras, equinos e animais domésticos ajudam a propagar a doença. Por intermédio da Secretaria de Saúde de São Paulo, Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, foram obtidos dados epidemiológicos da FMB até outubro de 2020 de Araras e dos 21 municípios que estão distantes 50 km dela. No período considerado, houve 160 casos autóctones da FMB no entorno de Araras, dos quais 57 curados. Portanto, a taxa de letalidade registrada foi de 64,4%, enquanto no estado foi 54,6% de cura, pois foram registrados 798 casos com 436 óbitos. O município de Araras registrou 22 casos autóctones, dos quais 10 foram curados (54,5%), e estes perfazem 2,8% dos casos confirmados do estado. Conclui-se que os dados epidemiológicos registrados estão em expansão, decorrentes da notificação obrigatória. Além disso, os municípios, incluindo Araras, estão em uma das áreas de expansão da doença, cuja alta letalidade requer atenção máxima das prefeituras e interações entre suas diversas secretarias, coordenadas pela da Saúde, para mitigar a letalidade.